No mês de março, enquanto o segmento de comércio varejista apresentou crescimento, o ramo de prestações de serviços evidenciou indicativos de recuo. Estas são as informações reveladas pelo índice IGet, elaborado pelo banco Santander em conjunto com a Getnet, para monitorar o desempenho do setor varejista do país.
O comércio varejista registrou um aumento de 1,2% no Índice Geral de Vendas, em comparação com o mês anterior, mantendo-se assim com resultados positivos pelo segundo mês consecutivo. Por outro lado, o setor de serviços teve uma queda de 2,8% em março, seguindo a tendência de instabilidade dos últimos meses.
O economista Gabriel Couto, do Santander, afirma que as perspectivas para o varejo são diversas. “Seguimos avaliando que a política monetária rigorosa terá impacto na atividade econômica no futuro, porém o mercado de trabalho aquecido deve evitar uma desaceleração brusca e repentina”, declara.


Segundo o economista, estímulos como novas linhas de crédito consignado para trabalhadores do setor privado devem se tornar fatores adicionais para manter a demanda. “Por outro lado, a inflação em alta pode limitar o crescimento do comércio varejista e dos serviços”, acrescenta.
Indicações diversas em março com recuo nos serviços prestados às famílias
No ramo do comércio varejista, os dados consolidados de março evidenciam avanço, marcando o segundo resultado positivo consecutivo. Em uma comparação anual, esses dados mostram uma taxa de crescimento (+3,4%).
Já no índice restrito, por outro lado, houve resultados ligeiramente negativos, com uma diminuição de 0,3% em relação ao mês anterior. Os combustíveis e outros produtos de consumo pessoal foram os responsáveis por esse declínio, apresentando reduções de 2,2% e 2,4%, respectivamente.
Os demais segmentos do setor tiveram aumento, como móveis e eletrodomésticos (+3,4% em relação ao mês anterior) e artigos farmacêuticos (+1,6% em relação ao mês anterior).
No índice expandido, tanto automóveis, peças e materiais (+2,5% em relação ao mês anterior) quanto materiais de construção (+2,6% em relação ao mês anterior) também apresentaram resultados positivos.
Falando sobre o ramo de serviços, houve uma queda de 2,8% em relação ao mês anterior. Em uma análise anual, os dados consolidados de março também mostram uma diminuição de (-5,1%) em relação ao ano anterior.
Diferentemente de fevereiro, quando houve um efeito positivo devido à ausência do Carnaval, março foi impactado diretamente pela mudança no calendário de 2025.
Mesmo assim, o indicador de serviços encerrou o primeiro trimestre de 2025 com três resultados negativos nesta comparação, sem apresentar variações positivas desde setembro de 2024. De acordo com o índice, o cenário continua a mostrar a grande instabilidade do indicador nos últimos meses.
Apesar disso, o setor de alojamento e alimentação teve um desempenho positivo, com crescimento de +2,5% — sendo o primeiro resultado positivo neste ano.
Já o setor de outros serviços registrou queda de -2,1% — marcando o primeiro resultado negativo do ano nesse segmento.
“Apesar da situação mista, a maior concordância do segmento de alojamento e alimentação com os dados oficiais traz alívio após uma sequência de resultados frágeis”, apontam Gabriel Couto e Rodolfo Pavan, os autores do relatório.
Fonte: Money Times