Vendas aumentaram 0,5% em fevereiro em relação ao mês anterior, conforme dados ajustados sazonalmente divulgados na quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Este resultado levou o setor ao topo da série histórica iniciada em janeiro de 2000, superando em 0,3% o recorde anterior, de outubro de 2024.
Os números estão alinhados com as previsões da pesquisa da Reuters, que apontava altas de 0,5% mensalmente e 1,6% anualmente.



Mesmo com o desempenho positivo, espera-se uma redução no consumo devido à desaceleração da atividade econômica, inflação elevada e mercado de trabalho em acomodação, o que pode levar os consumidores a gastar menos este ano gradualmente.
André Valério, economista sênior do banco Inter, aponta que, apesar da alta nas vendas em supermercados, o consumo de bens sensíveis ao crédito caiu 1,3% em fevereiro.
Os impactos globais das tarifas dos EUA impostas por Donald Trump também são preocupantes para a economia.
Para especialistas, as vendas no varejo devem crescer moderadamente, contribuindo para a desaceleração econômica, com as taxas de juros em níveis elevados, atingindo 14,25% atualmente.
Ariane Benedito, economista-chefe do PicPay, prevê um crescimento mais lento em 2025, com segmentos endividados enfrentando pressão, enquanto supermercados e perfumarias mantêm sustentação pelo consumo das famílias.
Quatro das oito atividades pesquisadas pelo IBGE tiveram crescimento em fevereiro, com destaques para Hiper e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (1,1%) e Móveis e eletrodomésticos (0,9%).
Cristiano Santos, gerente da pesquisa do IBGE, ressalta o crescimento das vendas em supermercados devido a condições macroeconômicas complexas que levam as pessoas a preferir produtos essenciais.
No comércio varejista ampliado, houve uma diminuição de 0,4% nas vendas em fevereiro em comparação com janeiro, influenciada pelas vendas de Veículos e motos, partes e peças, que diminuíram 2,6%.
Fonte: Money Times