A disputa comercial que impactou a esfera global pode causar danos a alguns, porém também apresenta oportunidades para o crescimento econômico do Brasil. Isso acontece devido ao confronto entre os Estados Unidos e a China, no qual as taxas ultrapassaram os 100%, criando uma chance para parte desses investimentos se dirigirem para o Brasil.
Em uma conversa com o Money Times, durante um evento conduzido pela Bradesco Asset, que introduziu dois ETFs (fundos de índices) que concedem aos investidores acesso direto às bolsas chinesas, Bruno Funchal, responsável pela gestora, ressaltou que o país está nos planos dos chineses.
“A China tem essa demanda por investimentos além do território chinês e fora dos EUA, pois existe uma quantidade significativa de capital chinês fluindo para os Estados Unidos. O Brasil surge como uma alternativa para os chineses diversificarem seus investimentos”, ressalta.


Além dos ETFs, os investidores chineses também terão a oportunidade de investir diretamente no Brasil.
“Há um interesse por parte dos investidores chineses em explorar novos mercados. E o Brasil desponta na frente devido à sua parceria com a China. Estamos muito otimistas em relação ao futuro, especialmente com o lançamento dos fundos na China para acesso aos nossos recursos aqui”, afirmou Ricardo Eleuterio, diretor da Bradesco Asset.

China: Cenário Negativo?
Ao ser questionado se a introdução desse novo produto ocorre em um período desfavorável, em meio às incertezas em relação à segunda maior economia global, Funchal menciona que o país está mostrando sinais positivos.
“Observamos a situação da China, mesmo diante das mudanças e do crescimento através de infraestrutura e do mercado imobiliário, com o crescimento impulsionado pelo consumo.” Acredito que eles estão progredindo nessa direção, o que pode beneficiar os investimentos”.
Além disso, ele menciona que o crescimento chinês pode não atingir os níveis da década passada, quando era de 10% anual. “Provavelmente será impactado pelas tarifas, mas não será fraco, esperamos algo em torno de 4,5% a 4,7%”.
Nesta terça-feira, a B3 celebrou o lançamento dos primeiros ETFs por meio do Programa ETF Connect.
“Não podemos negligenciar o mercado chinês, devido a toda a sua força — seja em termos de tecnologia, seja na inovação de novas soluções. Aqueles que estiveram lá, como eu estive em setembro do ano passado, ficaram impressionados mais uma vez com a magnitude e a rapidez desse mercado”, afirmou Eleuterio.
Além disso, ele destaca que é um país com participação ativa do governo, com incentivos em ascensão e um mercado interno cada vez mais sólido.
“Nesse contexto, a estratégia de diversificação se torna ainda mais relevante para o investidor. Ter exposição à China, mesmo que parcial, faz sentido. Embora os ciclos venham e vão, para nós é fundamental manter parte do portfólio inserido na China”.
Os fundos começaram a ser negociados na segunda-feira passada.
Fonte: Money Times