Dentro do ambiente das moedas virtuais e ativos digitais, existem diversas áreas e as stablecoinssinalizam ser a atual “temática principal”, de acordo com Guto Antunes, líder da Itaú Digital Assets. Durante uma palestra para jornalistas, o executivo explicou por que acredita que as moedas lastreadas têm potencial para se destacar entre os investidores.
A conexão é feita com a presença do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no Crypto Summit, um evento no qual executivos do setor de ativos digitais se reuniram — incluindo Antunes.
“Quando Trump marcou presença, ele abordou especificamente as stablecoins, o que despertou interesse”, comentou, destacando que o presidente dos EUA rejeitou a ideia de criar uma moeda digital, mas elogiou as iniciativas de criptomoedas lastreadas no dólar americano.




Mesmo ressaltando a atuação de grandes nomes do setor, como a USDC (USDC), da Coinbase, e a Tether (USDT), emitida pela mesma empresa, Antunes enxerga um ambiente em que diversas stablecoins podem surgir com propósitos variados.
“Não vislumbramos uma concorrência direta, mas sim um contexto de ‘multistablecoins’, dada a postura do governo dos EUA”, observou.
Ao ser questionado sobre a possibilidade de o banco Itaú (ITUB4) lançar sua própria moeda atrelada ao dólar ou real, o líder da área de ativos digitais afirmou: “o banco está sempre de olho na questão das stablecoins e essa alternativa está sob análise. No entanto, a decisão de introduzir uma nova moeda, seja em dólar ou em real, dependerá grandemente do desfecho da consulta pública sobre stablecoins conduzida pelo Banco Central”.
As stablecoins impactam a demanda por um real digital?
Segundo o executivo do Itaú, a ascensão das stablecoins e o término do projeto da moeda digital não interferem no avanço da nossa moeda virtual emitida pelo banco central (CBDC, abreviação em inglês).
“Do nosso ponto de vista, diante da postura do governo americano, há um incentivo maior para as stablecoins, no entanto o Drex [real digital] possui um grande potencial para solucionar uma demanda dos clientes atualmente, que é o DvP”, explicou.
DvP, ou delivery versus payment, é essencialmente um método para completar transações financeiras garantindo que a transferência de ativos (como títulos, ações, propriedades, veículos, etc) só ocorra após a confirmação do pagamento.
Importante ressaltar que o Itaú tem estado ativamente envolvido no progresso do Drex, tendo realizado a primeira transação interbancária com o real digital e conduzido um processo de liquidação de garantias de empréstimos utilizando esse sistema.
Adicionalmente, o Drex ainda está em fase de testes, tendo enfrentado desafios de segurança na última fase de divulgação dos resultados.
Fonte: Crypto Money