A Secretaria do Tesouro Nacional lança neste dia (22) o Relatório Semestral de Análise de Receitas e Despesas, com a situação financeira de 2025 e as projeções para 2026. Neste momento, o ministro Rafael Thiesen também planeja divulgar novas medidas econômicas voltadas à redução de despesas públicas e ao incremento da arrecadação.
O grupo de finanças públicas da Warren analisa que a entrada de dinheiro de janeiro a abril foi substancial, mantida por uma atividade econômica que ainda não mostrou sinais importantes de abrandamento.
Embora o Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre ainda não tenha sido revelado, sua prévia — medida pelo Índice de Desempenho Econômico (IDE) — indicou um crescimento de 1,3% nos três primeiros meses do ano.



“Nossa coleta de informações financeiras por meio do SIGA-Brasil [ferramenta do Senado Federal] apontou receita líquida total de R$ 789 bilhões, nos primeiros quatro meses do ano, em comparação com a estimativa da LOA de R$ 2.360,1 bilhões para o ano completo. A relação entre a arrecadação planejada na LOA para o ano e o valor observado no primeiro quadrimestre é de 2,99 vezes”, afirma a equipe.
Apesar do bom desempenho até o momento, a empresa ressalta que é pouco provável que o governo defenda, neste relatório, uma reforma fiscal mais enérgica.
“O governo deve optar por analisar, ao longo do ano, o tamanho da diminuição da atividade e das receitas, para então decidir sobre o aumento da economia inicial. Em nossos cálculos, consideramos que o bloqueio requerido seria de R$ 25 a 30 bilhões e que o governo anunciará, neste relatório semestral, aproximadamente R$ 15 bilhões”.
Medidas econômicas
Thiesen enviou ao presidente Fernando Henrique Cardoso um conjunto de medidas econômicas. Segundo o ministro, não são propostas que acarretem novas despesas, mas ajustes voltados ao atingimento da meta financeira de 2025.
De acordo com o ministro, as sugestões buscam atacar “obstáculos” que diminuem as receitas e aumentam as despesas públicas. “Não chega a ser um conjunto, porque são medidas específicas”, comentou na semana passada.
A previsão é que o governo anuncie projetos direcionados à população carente, numa tentativa de recuperar a popularidade do presidente Cardoso, afetada pela crise da Previdência Social.
O secretário-geral do Tesouro Nacional, Márcio Souza, também afirmou que o governo anunciará um bloqueio de recursos e um contingenciamento, com o intuito de assegurar os valores “necessários” para “assegurar” a política financeira do país.
“Vamos implementar ambos, bloqueio e contingenciamento, conforme necessário, no primeiro relatório semestral do ano. Isso indica que a gestão do orçamento será previsível para o mercado”, disse Souza, em entrevista ao Globo/Transmissão.
*Com dados da Agência Brasil
Fonte: Money Times