O líder do Banco Central, Gabriel Galípolo, comunicou nesta segunda-feira (28) que ao longo do início do ano de 2025 (1T25), a situação de desaceleração tomou destaque na análise da autoridade financeira devido ao “aumento expressivo” de Donald Trump, líder dos Estados Unidos (EUA), e, de certa maneira, apresenta uma ameaça de baixa nos preços.
As declarações foram feitas durante o encontro J. Safra Macro Day 2025, em São Paulo. Segundo ele, essa possibilidade já havia sido indicada no balanço de riscos da comunicação do Comitê de Política Monetária (Copom).
O líder ainda ressalta que o BC “acertou” ao evidenciar a inflação atual acima da meta, além de apontar a defasagem da políticafinanceira e a incerteza no cenário. Apesar da sinalização, ele acredita que ainda é necessário mais flexibilidade e cuidado diante do aumento da incerteza.



Isso se deve ao fato de o BC ter se empenhado em ajustar a política monetária para uma orientação restritiva, e continua a avaliar em que nível — e por quanto tempo — será preciso manter a taxa de juros, com o intuito de garantir o alcance da meta de inflação.
“É importante ter a capacidade de avaliar e obter informações dos dados, de modo a conseguir reunir a confiança de que a inflação está convergindo e que a política monetária está gerando os efeitos desejados”, declarou.
Galípolo também enfatizou que a autoridade financeira precisa ter uma dose adicional de cautela diante de um cenário com “tamanho sobressalto e indefinição”.
Em março, houve um aperto na política de juros, com o aumento da taxa Selic em 1 ponto percentual, para 14,25% ao ano. Portanto, indicando um ajuste menos agressivo na reunião de maio, mantendo os próximos passos em aberto.
A compreensão, então, é de que a reunião de março do Copom segue conforme o previsto pelo Comitê na ata da última reunião, destacando que a comunicação do grupo foi atinente ao apontar cenários que se confirmaram
A partir de abril, por outro lado, após a elevação das tarifas, Galípolo destaca a transição para um período de aversão ao risco, em um ‘risk-off’, com questionamentos sobre os ativos seguros.
“Diferentemente do habitual, surgem dúvidas sobre onde está o refúgio seguro, o ativo confiável”, disse. “Nesse contexto, há uma sensação de ‘quebra de confiança’ ou ‘aumento da incerteza’, que parece sugerir reflexões e busca por alternativas”.
No entanto, pensando na ascensão das tarifas, Galípolo passou a cogitar que, talvez, o Brasil, por possuir essa diversificação e essa relação histórica, pode contribuir para um equilíbrio mais adequado na esfera econômica. Além disso, destacou que para outros países, pode não ser viável aplicar tarifas da mesma magnitude, suscitando muitas dúvidas sobre o impacto dessa política nos países.
“Apesar da avaliação otimista, há uma percepção — intensificada pós-pandemia — de um percurso ‘desafiador’ para os países”, comentou.
Fonte: Money Times