Na tarde de quarta-feira passada, o líder máximo dos Estados Unidos, Donald Trump, comunicou a aplicação de tarifas comerciais contra mais de 50 nações. Logo em seguida, ativos de risco como mercados de ações e moedas digitais tiveram uma montanha-russa de valores, com o bitcoin (BTC) oscilando mais de 7% entre os picos e vales.
Então, qual a providência a ser tomada agora?
Em um primeiro momento, é essencial ter prudência, conforme descreve Taiamã Demanan, expert-mor da Coinext. “O momento atual pede paciência estratégica. O meio criptomonetário espera por indicações mais evidentes do cenário macroeconômico para retomar sua trajetória”, comenta.


Isso porque, além dos pronunciamentos de ontem, na próxima sexta-feira (4) será liberado o relatório de emprego mais crucial dos EUA, o payroll.
Adicionalmente, na semana seguinte, serão anunciados os dados de índice de preços dos EUA — além da fala do líder do Fed (Federal Reserve, o Banco Central dos Estados Unidos), pode dar pistas sobre as próximas medidas da política monetária.
“Esses fatores serão determinantes para definir o rumo do mercado nas semanas seguintes”, afirma Demaman.
André Franco, Diretor Executivo da Boost Research, é um tanto mais incisivo: “se você possui investimentos em bitcoin ou outras moedas alternativas, mantenha essas aplicações nesse nível. Não efetue nenhuma ação, esse é o conselho que eu ofereço”.
Bitcoin (BTC) e as moedas digitais para o futuro
“Caso o valor do bitcoin siga a tendência de queda, o suporte de curto prazo está na faixa de US$ 81.300 e o de médio prazo está na região de liquidez dos US$ 75.500”, comenta Ana de Mattos, Especialista em Análise Técnica e Parceira de Negócios da Ripio.
Por outro lado, Guilherme Prado, chefe de operações da Bitget no Brasil, sugere observar o impacto das tarifas no futuro próximo.
“O aumento dos custos de importação, especialmente de parceiros-chave como a China, pode acelerar a inflação, com alguns modelos prevendo um aumento de 2% a 3% no CPI [índice de preços ao consumidor] até o segundo trimestre de 2025, se a guerra comercial se intensificar”, observa Prado.
Paralelamente ao crescimento da inflação, há uma previsão da sede de Atlanta do Federal Reserve de que o PIB dos EUA encolha 2,8% já no primeiro trimestre de 2025.
Essa projeção pode se agravar ainda mais à medida que o consumo doméstico e os investimentos empresariais diminuam devido à pressão tarifária internacional.
Bitcoin (BTC) irá subir? A longo prazo…
Por outro lado, um dólar mais frágil e possíveis reduções das taxas de juros por parte do Banco Central dos EUA podem impulsionar o BTC como proteção.
“Contudo, as outras moedas digitais podem demandar bases mais sólidas para se beneficiarem a longo prazo”, explica Prado, referindo-se às moedas alternativas ao bitcoin.
Por fim, Vanessa Oliveira, analista colaboradora da plataforma NovaDAX, percebe um aumento no volume de compras em torno dos US$ 80 mil, indicando uma nova tentativa de atingir níveis como US$100 mil ou US$107 mil.
“Com base no gráfico mensal, há espaço para o preço avançar até regiões como US$120 mil ou US$150 mil a longo prazo”, explica a analista.
No entanto, mesmo com essa análise positiva, Oliveira espera que, ao atingir esses patamares, o mercado sofra correção — isso, vale ressaltar, refere-se ao longo prazo.
Sempre lembrando que o mercado de moedas digitais é altamente volátil e os investidores devem manter uma parte responsável de seus investimentos em criptomoedas e ativos digitais.
Fonte: Crypto Money