A elevação da taxa Selic em 0,50 ponto percentual (p.p.) foi decidida de forma unânime pelo Comitê de Política Monetária (Copom) nesta quarta-feira (7). Com essa modificação, a taxa básica de juros passou de 14,25% para 14,75% ao ano.
Fique por dentro:
O Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou a Selic em 0,50 ponto percentual (p.p.) na reunião desta quarta-feira (7), de forma unânime. Com essa ajuste recente, a taxa primária de juros subiu de 14,25% para 14,75% ao ano.
Desta vez, não houve uma indicação para a reunião de junho — um dos pontos de grande expectativa do mercado nos últimos dias.
Saiba mais.
Segundo Gustavo Cruz, estrategista principal da RB Investimentos, o anúncio do Copom teve uma tonalidade comparável à da decisão sobre os juros nos Estados Unidos, também divulgada hoje.
“O anúncio, de modo curioso, replica um tom parecido com o do Banco Central americano, com uma frase similar, mencionando que os riscos para a inflação, tanto para cima quanto para baixo, estão mais elevados do que o usual, refletindo o cenário de maior instabilidade que estamos vivenciando em 2025”, declarou Cruz.
“Por outro lado, o anúncio é mais ‘hawkish’ do que o do Fed, ou seja, demonstra maior preocupação com a inflação do que com a atividade econômica, especialmente ao afirmar que permanecerá atento e que o ajuste monetário continuará sendo direcionado pelo objetivo de atingir a meta”, acrescentou.
Alexandre Maluf, economista da XP, destacou a modificação no balanço de riscos para a inflação no anúncio do Copom,
“Em março, o comitê apontava uma assimetria altista; agora, reconhece a presença de elementos tanto de baixa quanto de alta, e de maior intensidade. O anúncio destaca três pontos de risco de alta e três de baixa, incluindo como novo fator desinflacionário a redução nos valores das commodities – uma interpretação que o mercado tende a ver como mais dovish”, afirmou.
Como era esperado pela XP, o Copom não sinalizou novos passos, mantendo uma postura flexível. ” O Comitê reconhece que estamos em ‘estágio avançado do ciclo de aperto monetário’, que ainda há impactos acumulados a serem observados, e que o cenário exige ‘prudência adicional’. Esta linguagem sugere que na próxima reunião poderemos ver ou uma elevação final de 0,25% ou até mesmo o término do ciclo no atual nível de 14,75%.”
Na visão de Natalie Victal, economista-chefe da SulAmérica Investimentos, o comunicado apresentou um tom ligeiramente “dovish” com a indicação de que o ciclo de elevação dos juros pode ter se encerrado.
“O comunicado dá a entender que [o ciclo de aumentos na Selic] foi interrompido (não explicitamente, mas implicitamente).”
A casa mantém a previsão de Selic a 14,75% em 2025.
Para Daniela Lima, economista da Kinea, o comunicado do Copom sinalizou a possibilidade de uma ampliação de 25 pontos-base da Selic na próxima reunião, em junho, elevando a taxa para 15% ao ano.
Na opinião de Marcelo Bolzan, sócio da The Hill Capital, o destaque do comunicado do Copom foi a ênfase na política comercial dos Estados Unidos e suas possíveis ramificações.
dovish. Assim, o comitê manterá em aberto a possibilidade, inclusive, de interromper as elevações de juros na próxima reunião, à medida que os dados futuros se desdobrarem”, acrescentou Bolzan.
Para Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, o comunicado demonstrou que o Copom prefere observar como a transmissão da política monetária se desenrola no futuro, seguindo a estratégia de ‘high for longer’, ou seja, mantendo os juros em um patamar contracionista por um período estendido.
Segundo o economista, a afirmação de que o cenário ‘prescreve uma política monetária em um patamar significativamente contracionista por um período prolongado’ já estaria alinhada com o fim do ciclo. Contudo, o BC ainda considerou que a incerteza elevada, aliada ao estágio avançado do ciclo e seus impactos acumulados a serem observados (os conhecidos efeitos defasados da política monetária) reforça a visão do término da elevação dos juros.
De acordo com Claudio Pires, sócio-diretor da MAG Investimentos, o comunicado da decisão do Copom foi neutro.
O sócio-diretor espera que a curva de juros reaja com a abertura dos vértices devido ao adiamento do cenário de início do ciclo de redução da Selic.
O Comitê de Política Monetária (Copom) confirmou a previsão do mercado e aumentou a Selic em 0,50 ponto percentual (p.p.), de 14,25% para 14,75% ao ano. Esse é o patamar mais alto da taxa básica de juros desde meados de 2006.
Após a decisão esperada, o mercado agora se concentra na comunicação
Fonte: Money Times