A moeda digital conhecida como bitcoin (BTC) alcançou o ponto mais alto em sua história enquanto a madrugada se desenrolava no Brasil e segue com um viés positivo nas primeiras horas da manhã desta sexta-feira (11).
Por volta das 10h20, a principal criptomoeda do mundo estava em ascensão de 6,03%, negociada a US$ 117.673,63. Neste ano, o valor do bitcoin aumentou em 25,96%.
Além do sentimento otimista global em relação aos ativos digitais, com a aceitação oficial do conceito de tokenização e a integração entre o ambiente virtual e os ativos do mundo real por meio dos ativos do mundo real (RWAs, na sigla em inglês), o próprio bitcoin se tornou o destaque desse evento.

Confira a seguir três razões que impulsionaram os valores nos últimos dias:
1 – Contexto macroeconômico favorável à moeda digital (BTC)
Segundo Valter Rebelo, analista especializado em moedas virtuais na Empiricus, os dados que avaliam a situação econômica nos Estados Unidos apontam para uma resistência na economia do país norte-americano.
Em um relatório emitido na noite do último dia quinta-feira (10), Rebelo justifica que o payroll (o relatório de empregos crucial dos EUA) superou as expectativas e a taxa de desemprego diminuiu, reforçando a estabilidade do mercado de trabalho no país.
Além disso, o ISM Services PMI, indicador do setor de serviços, evidenciou um crescimento das atividades em junho. “Vale ressaltar que o setor de serviços representa cerca de ⅔ do PIB dos EUA, o que dá ainda mais importância ao resultado”, comenta.
Adicionalmente, as expectativas de redução dos valores em setembro continuam firmes, sustentando a ideia de uma flexibilização monetária no país.
Dessa forma, a previsão de continuidade da atividade econômica robusta com um estímulo através da redução nos valores tende a influenciar positivamente nos preços do bitcoin.
2 – Progresso regulatório nos EUA
Na próxima semana, três projetos de lei devem passar por votação nos Estados Unidos: o Genius Act, o Clarity Act e o Anti-CBDC Act.
O primeiro deles é o projeto de lei que define normas para o mercado de stablecoins, as moedas virtuais lastreadas no dólar dos Estados Unidos. A proposta busca aumentar a segurança e transparência para emissores locais, excluindo-os da supervisão da SEC, a CVM dos EUA.
O documento segue para a Câmara e, em seguida, para aprovação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Por sua vez, o Clarity Act discorre sobre a regulamentação do mercado cripto como um todo, propondo uma distinção entre commodities digitais (como o bitcoin, definido como o ouro virtual) e ativos de contratos de investimento. O projeto também define o escopo de atuação da SEC e da CFTC, proporcionando mais segurança aos emissores e desenvolvedores.
Por fim, o projeto Anti-CBDC (ou seja, contra as moedas digitais emitidas por Banco Central, ou Central Bank Digital Currencies) proíbe o Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA) de criar uma versão virtual do dólar americano.
Na perspectiva dos entusiastas do setor, uma CBDC concederia ao governo um controle exacerbado sobre a privacidade financeira dos cidadãos.
3 – Investimentos significativos dos ETFs de bitcoin (BTC)
Por último, a demanda dos investidores por produtos associados a moedas virtuais, como fundos de índice negociados em bolsa (ETFs) também impulsiona os valores.
É importante salientar que esses produtos spot (à vista) necessitam manter BTCs em reserva para serem lançados no mercado. Em outras palavras, a expansão desses ETFs também aumenta a aquisição de bitcoins pelas gestoras.
Somente na quinta-feira passada (10), os ETFs de BTC à vista registraram um aumento líquido de US$ 1,18 bilhão, totalizando US$ 143,86 bilhões em ativos geridos nos Estados Unidos.
De maneira geral, fundos e produtos relacionados a moedas digitais também têm sido atrativos para investidores, mantendo a tendência de compras por grandes investidores.
Até a última semana, conforme indica a CoinShares, essa categoria de produtos acumula 12 semanas sucessivas de crescimento líquido.
Contudo, nem tudo são ganhos…
É importante destacar que o mercado de criptomoedas é altamente instável e o investidor deve manter uma porção responsável de seus investimentos em ativos digitais.
Além disso, analistas desse mercado observam uma crescente dependência dos investidores institucionais para a estabilidade do mercado.
Apesar dos investimentos bilionários, essa interdependência pode resultar em uma correlação entre o mercado de moedas digitais e os ativos tradicionais.
Em outras palavras, uma deterioração do panorama macroeconômico pode impactar as cotações de um setor que surgiu com a premissa de ser desvinculado das finanças tradicionais.
Fonte: Money Times