A troca comercial do Brasil apresentou um superávit de US$ 7,239 bilhões em maio, de acordo com informações da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) divulgadas hoje, em um desempenho aquém do esperado, que já sinalizou uma diminuição nas exportações de aves devido às restrições à carne de frango em razão da doença aviária, em meio ao aumento contínuo das importações.
O excedente para o mês ficou abaixo do previsto em uma pesquisa da Reuters com especialistas em economia, que previa um saldo positivo de US$ 8,292 bilhões.
Segundo a Secex, as vendas externas em maio totalizaram US$ 30,156 bilhões, com queda de 0,1% em comparação com o mesmo mês do ano anterior, enquanto as compras alcançaram US$ 22,918 bilhões, representando um aumento de 4,7%.



No que diz respeito às aves, a quantidade exportada diminuiu 14,4% em comparação anual, com os valores de exportação diminuindo 12,9%, para US$ 655 milhões.
“A diminuição das exportações de carne de ave em maio é atribuída, sim, à restrição às exportações do Brasil devido ao surto de gripe aviária”, destacou durante entrevista coletiva o diretor de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior, Herlon Brandão.
Após o país confirmar o seu primeiro caso de gripe aviária em uma granja comercial, em meados de maio, aproximadamente 40 países importadores, incluindo a Comunidade Europeia, impuseram algum tipo de proibição à carne de frango brasileira, seja total ou parcial.
As proibições totais vieram de compradores importantes, como China, principal comprador no ano anterior; África do Sul, o quinto em importações em 2024; Filipinas, o sexto; Comunidade Europeia, sétimo no ano passado; México, oitavo; e Iraque, o nono, de acordo com dados do governo e setor privado.
BALANÇO DO ANO
Os dados da Secex também indicaram que o saldo comercial acumulado no ano até maio foi positivo em US$ 24,432 bilhões, um valor 30,6% inferior ao registrado no mesmo período do ano anterior.
O desempenho foi resultado de exportações de US$ 136,927 bilhões, com queda de 0,9% em relação ao mesmo período de 2024, contra importações de US$ 112,495 bilhões, um aumento de 9,2%.
No decorrer da entrevista coletiva, Brandão ressaltou o fato de existir este ano um “atraso temporal” nas exportações de soja e milho – dois produtos importantes na pauta de exportação brasileira.
“Apesar de a soja estar com um aumento de volume, o milho ainda não. Contudo, há um efeito de atraso temporal. Tivemos um plantio um pouco mais tardio nesta safra, que está sendo comercializada agora, resultando em uma colheita e exportação mais tardia de soja e milho”, explicou.
“Neste ano, as remessas serão realizadas nos próximos meses.”
Fonte: Money Times