Fabricantes brasileiros de alumínio e aço defenderam hoje mais ações de proteção comercial do Brasil após os Estados Unidos aumentarem as tarifas de importação de ambos os materiais de 25% para 50%.
As novas tarifas americanas entraram em vigor nesta data, afetando os fabricantes brasileiros destes metais que são enviados para os Estados Unidos.
A Associação Brasileira do Alumínio (Abal) declarou que o momento requer “além de respostas específicas” e exigiu a implementação de medidas urgentes que possam controlar importações elevadas para o país provenientes de “condutas desleais e distorções comerciais”.




Conforme a entidade, em 2024, os Estados Unidos receberam 16,8% das exportações brasileiras de alumínio, especialmente de chapas e folhas. Além disso, a Abal mencionou que “é calculado que até 90% do alumínio primário produzido nos EUA contenha, em sua essência, insumos brasileiros”, como bauxita e alumina.
O Aço Brasil, associação que congrega usinas siderúrgicas do país, defendeu a retomada do pacto bilateral de 2018, assinado durante o primeiro mandato do presidente norte-americano, Donald Trump.
O referido acordo estabeleceu um sistema de cotas fixas de importação de produtos siderúrgicos isentos de tarifas, porém foi revogado com o retorno de Trump à presidência em janeiro deste ano.
Segundo o Aço Brasil, em 2024, os EUA adquiriram 5,6 milhões de toneladas de placas de aço, sendo 3,4 milhões de toneladas provenientes do Brasil.
“A medida (o aumento das sobretaxas de importação dos EUA) piora a já complicada conjuntura global do setor, caracterizada pelo excesso de capacidade de cerca de 620 milhões de toneladas”, afirmou o Aço Brasil, defendendo a atuação dos ministérios do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) e das Relações Exteriores para restabelecer o acordo bilateral de 2018.
O ministro do MDIC e vice-presidente, Geraldo Alckmin, destacou em entrevista a jornalistas durante um evento em Minas Gerais que “o melhor caminho” para as relações com os EUA é “aprofundar o diálogo”.
“Os EUA não têm problemas com o Brasil, pois dos 10 produtos que eles mais exportam (para o Brasil), em 8 a tarifa de importação é zero”, disse Alckmin, lembrando que o governo formou um grupo de trabalho para debater as sobretaxas norte-americanas com o USTR, o escritório do representante comercial dos EUA, sem fornecer detalhes sobre as conversas.
Fonte: Money Times