O Bradesco Asset Management atualizou sua estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2025 para 5,3% em vez de 5,4%.
O principal economista da instituição, Marcelo de Toledo, e sua equipe afirmam que a descida de valores de commodities, especialmente energéticas, resultou em um cenário mais favorável para a inflação.
“Apesar de ter sido desencadeado pelo debate tarifário nos Estados Unidos, a percepção de um aumento na oferta de petróleo ajudou a manter os preços mais baixos, mesmo com os avanços nas negociações sobre tarifas”, declaram.



Além disso, os dados atuais do IPCA sustentam a ideia de que o ápice do índice já passou, embora permaneça em um patamar elevado, com núcleos oscilando em aproximadamente 6%.
Os economistas afirmam que os núcleos da inflação devem continuar sendo monitorados nos próximos meses, apesar de uma pequena tendência de desaceleração.
Eles ressaltam, no entanto, que este contexto “um pouco mais favorável” não será o bastante para vencer as discussões relacionadas à atividade econômica, já que há a expectativa de que o hiato do produto se mantenha em terreno positivo.
“Juntamente com expectativas de inflação instáveis, a inflação em 2026 continuaria sob pressão”, reiteram ao manter a projeção de 4,7% para o próximo ano.
Produto Interno Bruto (PIB) e Selic
O Bradesco Asset prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça 2,0% em 2025.
Os economistas enfatizam que os indicadores de atividade no primeiro trimestre demonstraram um crescimento “forte” de 1,4%, mesmo sem considerar o setor agropecuário. Além disso, o mercado de trabalho permanece sólido, com aumentos reais de salários, e os empréstimos desacelerando lentamente.
“Acreditamos que a desaceleração não seguirá um padrão linear, com uma moderação mais evidente da atividade ocorrendo apenas no segundo semestre”, explicam.
“Vale ressaltar que, apesar dos efeitos restritivos da política monetária, a desaceleração do crédito será menos abrupta devido à nova forma de crédito consignado privado e à promoção de financiamentos imobiliários”.
Em relação à política monetária, Toledo e sua equipe afirmam que a estabilidade da inflação atual, das expectativas e o argumento sobre o atraso na política monetária ainda apoiam a manutenção da taxa de juros no próximo encontro. Isso indicaria o término do ciclo de ajustes.
Por outro lado, a resistência da atividade econômica, aliada aos novos estímulos fiscais, parafiscais e creditícios programados para os próximos 18 meses, reforçam a ideia de que o período de manutenção da taxa de juros será prolongado.
“O Copom precisará observar uma redução mais eficaz na inflação atual e indícios mais claros de desaceleração da atividade para considerar uma diminuição na intensidade da política monetária”, afirmam.
“Os estímulos programados para os próximos trimestres também complicam a análise do Banco Central, já que será fundamental incorporar tais estímulos às projeções ao longo do tempo e lidar com a incerteza natural na previsão dos impactos na economia à medida que esses estímulos são implementados”.
Fonte: Money Times