O índice de preços e a elevação do custo de vida permanecem como os principais receios dos habitantes do país em 2025. Apesar de indícios de alívio, 83% dos participantes da Análise Radar, da Febraban — Federação Brasileira de Bancos, têm a convicção de que os valores estão altos.
O percentual é menor em relação aos 89% contabilizados em março, na fase mais crítica da série. As mulheres continuam sendo as mais impactadas pela percepção de elevação: 85% delas afirmam sentir os valores aumentando, frente a 80% dos homens.
Para três em cada quatro cidadãos, a alta dos valores incide principalmente na aquisição de alimentos e itens essenciais para o lar. A pesquisa foi conduzida pelo Ipespe com 2 mil indivíduos em todas as áreas do país, entre os dias 12 e 20 de junho.
Os combustíveis surgem em segundo lugar na relação de maiores impactos, mencionados por 30% dos participantes, seguidos por despesas com saúde e remédios (28%).
O custo dos juros no plástico de crédito, empréstimos e financiamentos também gera mais preocupação do que anteriormente, considerado um fator relevante para o orçamento de 21% dos respondentes. O número aumentou cinco pontos em comparação a março.
Mesmo diante do peso dos valores, a maioria dos residentes se mantém contente com a vida familiar e pessoal. Conforme a investigação, 70% afirmaram estar satisfeitos ou muito satisfeitos com sua condição atual.
Para 78%, a qualidade de vida nos últimos seis meses melhorou (40%) ou permaneceu inalterada (38%), enquanto 22% notaram uma deterioração. No entanto, Antonio Lavareda, presidente do conselho científico do Ipespe, destaca que os últimos meses trouxeram notícias desanimadoras.
“Neste segundo trimestre houve elevação da taxa básica de juros para 15%, descontos indevidos nas contas dos aposentados, encarecimento do crédito, aumento da tarifa de energia e dos custos de moradia”, declarou Lavareda.
Prognóstico da população é pessimista
Quando projetam o futuro, os habitantes vislumbram desafios. Para 71%, os preços seguirão em ascensão pelo restante do ano. A maioria também prevê que o poder aquisitivo diminuirá (51%) e que o endividamento das famílias aumentará (71%).
A expectativa de acesso ao financiamento recuou para 32%, e a de elevação dos salários permanece estável, com 58% acreditando que nada mudará.
No balanço acerca do país, a percepção também se deteriorou: 38% consideram que o Brasil piorou no primeiro semestre, o maior nível da série histórica, enquanto apenas 33% identificam melhorias.
Preferências e aspirações
À saúde permanece no topo da lista de prioridades para a população, mencionada por 32% dos entrevistados. Em seguida vêm trabalho e renda (20%), índice de preços e custo de vida (11%) e educação (9%).
Quanto a uma sobra no orçamento, as respostas dividem-se entre poupar ou investir (29%), adquirir ou reformar a moradia (28% e 15%, respectivamente), aprimorar o plano de saúde (12%) e viajar (10%).
Fonte: Money Times