O chefe de Estado Luiz Inácio Lula da Silva mencionou neste sábado que não identifica dificuldades em dialogar com o chefe de Estado dos Estados Unidos, Donald Trump, com o objetivo de estabelecer um entendimento e evitar encargos entre as nações, às vésperas da implementação de taxas norte-americanas, em breve.
“Quando eu perceber a necessidade de conversar com o presidente Trump, não encontrarei obstáculos em contatá-lo”, expressou Lula aos repórteres em Hanói, durante uma viagem oficial ao Vietnã.
“Quando ele considerar proveitoso conversar comigo, espero que ele não encontre impedimentos em me contatar. Não é por possuirmos divergências ideológicas que dois presidentes não possam dialogar.”




Lula, que tem afirmado que o Brasil adotará medidas na Organização Mundial do Comércio (OMC) em relação às tarifas impostas pelos EUA aos produtores brasileiros, ou até mesmo implementará taxas recíprocas, assegurou que o país está em negociação com os norte-americanos.
“Antes de iniciar um confronto de reciprocidade ou recorrer à OMC, desejamos utilizar todas as palavras disponíveis em nosso vocabulário para estabelecer um comércio livre com os EUA”, disse Lula, recordando encontros anteriores do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, com representantes comerciais dos Estados Unidos.
Trump já anunciou a aplicação de uma taxa de 25% para todos os automóveis produzidos fora dos Estados Unidos, prevista para valer a partir de 2 de abril, e o Brasil teve suas exportações de aço e alumínio taxadas também em 25% desde 12 de março. Existem expectativas de novas medidas a serem tomadas.
“Os EUA devem ter consciência de que não estão isolados no planeta Terra. Basta observar o mapa mundial para constatar que os EUA possuem conexões com muitos outros países e se ele (o país) adotar uma postura unilateral, acredito que isso pode não ser benéfico para os EUA.”
O presidente retornará ao Brasil no domingo, após uma viagem oficial ao Vietnã que resultou na abertura do mercado vietnamita para a carne brasileira, um convite feito pelo Brasil ao Vietnã para participar da cúpula dos Brics neste ano, e menções a um acordo aéreo entre os países.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, também reiterou neste sábado a meta de alcançar um comércio bilateral entre os países de US$ 15 bilhões até 2030, após um fluxo de mais de US $7 bilhões em 2024.
Fonte: Crypto Money