Nesta quinta-feira (27), foram anunciados pelo IBGE os números referentes ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), revelando uma elevação e indicando uma possível continuação da pressão inflacionária a curto prazo.
No mês de março, observou-se um avanço de 0,64% no índice que antecipa a inflação, representando uma desaceleração em comparação com o aumento de 1,23% registrado em fevereiro. Atualmente, a inflação acumula incremento de 1,99% no ano e de 5,26% em 12 meses. No mês anterior, esses valores eram de 1,34% e 4,96%, respectivamente.
O economista-chefe do Banco Bmg, Flávio Serrano, frisa que os dados desta data não alteram substancialmente sua análise sobre a evolução da inflação, prevendo uma pressão contínua no curto prazo. Ele antevê uma possível diminuição das taxas mensais, embora ainda com certa volatilidade devido ao cenário para energia elétrica.



“Nos meses subsequentes, existe a possibilidade de acionamento da bandeira amarela ou até mesmo vermelha, o que pode impactar pontualmente os índices de preços ao consumidor”, afirma. “Esses números também não alteram nossa perspectiva em relação à orientação da política monetária. Estamos estimando um aumento [da Selic] de 0,50 p.p. para 14,75% a.a. na reunião de maio”.
Os economistas do Itaú BBA, Mario Mesquita e Luciana Rabelo, salientam que higiene pessoal e cuidados pessoais tiveram um desempenho abaixo do esperado, enquanto o item passagem aérea superou as expectativas.
De acordo com a equipe do banco, em relação aos núcleos, os serviços subjacentes ficaram aquém das previsões, impulsionados pelo aluguel residencial. Por outro lado, os industriais subjacentes ficaram aquém do esperado, especialmente devido à higiene pessoal.
“Os números de hoje ficaram aquém do que esperávamos e tiveram um caráter mais positivo do que o previsto. O desempenho abaixo do esperado foi mais percebido na indústria, abrangendo os diferentes itens do grupo, sugerindo que o impacto da depreciação cambial pode ser menos acentuado do que prevíamos”, concluem.
Outro destaque em relação à surpresa negativa no IPCA-15 de março foi a semana do consumidor, conforme indica Alexandre Maluf, economista da XP Investimentos. Ele observa que essa surpresa foi bastante concentrada nos bens industriais.
Segundo Maluf, a semana do consumidor também deverá resultar em uma significativa elevação também em abril, em virtude da normalização desses preços.
“Estamos prevendo uma inflação de 6% este ano, levando em consideração nossa previsão de desvalorização do real ao longo do ano, retornando a um patamar de R$ 6 por dólar”, declara. “Assim, vemos diferentes cenários de inflação em torno de 6%, confirmados pelas principais medidas de inflação subjacente.”, completa.
Fonte: Crypto Money