A semana se inicia com os investidores ainda processando o principal acontecimento da sexta-feira passada (16): a Moody’s rebaixou a qualificação de crédito dos Estados Unidos de “AAA” para “AA1”.
A agência de avaliação mencionou a dívida de US$ 36 trilhões e os juros em crescimento como superiores aos de nações soberanas com qualificação parecida. “Gestões consecutivas e o Congresso dos EUA fracassaram em chegar a um acordo sobre ações para reverter a tendência de grandes déficits fiscais anuais e custos de juros crescentes”, comunicou-se.
A residência oficial do presidente, obviamente, não ficou satisfeita com esse fato. O diretor de comunicações dos EUA, Steven Cheung, respondeu ao rebaixamento por meio de uma postagem nas redes sociais, criticando o economista da Moody’s, Mark Zandi. “Ninguém considera a ‘análise’ dele de forma séria. Ele já foi refutado inúmeras vezes”, mencionou Cheung.




Os investidores também não receberam bem essa novidade. Os contratos futuros de Wall Street estão em queda acentuada nesta manhã, pressionados não apenas pelo rebaixamento do rating, mas também pelo risco de uma elevação na dívida pública norte-americana.
No dia anterior, republicanos na Câmara dos Deputados aprovaram amplo projeto de lei de diminuição de impostos, apelidado por Donald Trump de Beautiful Bill.
O projeto torna eternos os cortes de impostos aprovados durante o primeiro mandato de Trump, que pode expandir a dívida em US$ 3,3 trilhões. Adicionalmente, propõe-se diminuições temporárias de taxas sobre gratificações, horas extras e juros de financiamentos de veículos. O texto também prevê incrementos nos gastos com segurança nas fronteiras e defesa.
Deixando os EUA de lado, o mercado também reage à elevação de 6,1% na produção industrial da China em abril. Embora o resultado demonstre uma desaceleração em relação ao crescimento de 7,7% apurado em março, os dados superam a estimativa de incremento de 5,5%.
As informações acompanharam as exportações mais robustas do que o previsto no início deste mês, que, de acordo com os economistas, foram incentivadas por exportadores que redirecionaram remessas e países que compraram mais materiais da China devido a uma reestruturação do comércio global causada pelas tarifas do presidente Trump.
As bolsas asiáticas encerraram em baixa. O mercado europeu, criptomoedas e petróleo operam em queda nesta manhã.
O que aguardar do Ibovespa
Nesse cenário, a agenda de indicadores será modesta ao longo da semana. Hoje, os pontos de destaque são o Relatório Focus com as projeções do mercado para a economia, e o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) apresentando a estimativa do Produto Interno Bruto (PIB).
Neste momento, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, ministra palestra em conferência do Goldman Sachs, em São Paulo. Galípolo deve fornecer mais informações sobre a visão da instituição monetária acerca das próximas medidas da Selic.
Também está sob atenção dos investidores as restrições após a confirmação de um caso de gripe aviária no Rio Grande do Sul. No sábado, a China suspendeu a autorização de 51 frigoríficos de produtos avícolas do Brasil; outros países também interromperam as importações brasileiras.
O Ministério da Agricultura estima perdas entre US$ 100 milhões a US$ 200 milhões/mês. As principais empresas prejudicadas são a JBS (JBSS3) e BRF (BRFS3).
No último pregão, o Ibovespa (IBOV) concluiu aos 139.187,39 pontos, com ligeira queda de 0,11%. Na semana, o Ibovespa progrediu 1,96%.
Já o dólar à vista (USBRL) finalizou as negociações a R$ 5,6695, com decréscimo de 0,16% em relação ao real. Na semana, a moeda acumulou alta de 0,26%.
O iShares MSCI Brazil (EWZ), o principal fundo de índice (ETF) brasileiro em Nova York, cai 0,43% no pré-market de hoje, cotado a US$ 27,88.
Programação: Confira o que está previsto para hoje
Indicadores econômicos
Programação – Lula
Programação – Fernando Haddad
Programação – Gabriel Galípolo
Morning Times: Analise os mercados nesta manhã de segunda-feira (19)
Bolsas asiáticas
Bolsas europeias (mercado aberto)
Wall Street (mercado futuro)
Commodities
Criptomoedas
Ótima segunda-feira e mantenha-se informado pelo Money Times para acompanhar as notícias do mercado!
Fonte: Money Times