O líder do Banco Central, Gabriel Galípolo, declarou nesta segunda-feira que sempre manteve uma perspectiva de que o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) não deveria ser utilizado com a finalidade de arrecadação, nem para apoiar a política monetária.
Em evento do Centro de Debate de Políticas Públicas (CDPP), em São Paulo, Galípolo mencionou que a aplicação do IOF sobre o crédito deveria ter uma função reguladora.
“Não é favorável que haja a possibilidade de escolher uma linha ou um produto específico por conta de uma estratégia tributária”, disse.
Produção Industrial Brasileira Registra Crescimento por Quatro Meses Consecutivos Apesar de Alta Inferior às Expectativas em Abril
Crise do IOF e Impacto no Ibovespa: O que Esperar na Próxima Terça-feiraEncarregado de atingir a meta de inflação de 3%, o BC tem utilizado sua principal ferramenta — a taxa básica Selic, que está em 14,75% ao ano atualmente — para conter o aumento dos preços.
No entanto, a elevação dos custos das empresas, por meio do aumento do IOF sobre operações de crédito de empresas, tem sido interpretada por especialistas como uma forma de auxiliar a política monetária do BC, entre outras finalidades, para reduzir os financiamentos no país e conter a inflação.
Galípolo observou, no entanto, que a versão final da medida do governo que aumentou o IOF em várias operações de crédito, câmbio e previdência privada ainda está em debate.
De acordo com ele, o BC analisará as informações sobre o assunto com cuidado e aguardará a definição final da medida para incluir os dados em suas projeções.
A partir de 22 de maio, quando o Ministério da Fazenda anunciou aumentos em diversas alíquotas de IOF para atingir a meta fiscal do ano, os ativos brasileiros têm sido pressionados, mesmo com o governo voltando atrás em algumas decisões.
O Congresso, por sua vez, tem se mostrado contrário às medidas ligadas ao IOF.
Fonte: Money Times
