A situação econômica do Brasil no período pós-pandemia, de 2022 a 2024, expandiu em ritmo duas vezes maior do que o observado nos três anos anteriores ao surto da covid-19.
Análise publicada nesta sexta-feira (28) pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) revela que, de 2017 a 2019, o Produto Interno Bruto (PIB) aumentou, em média, 1,4%. Enquanto isso, entre 2022 e 2024, o crescimento foi de 3,2%.
O estudo aponta que essa rápida recuperação foi impulsionada pelo crescimento do consumo, fortalecido pela recuperação do mercado de trabalho e pela expansão do crédito.



O aumento foi particularmente notável no ramo de serviços, que registrou um crescimento de 15,9% entre 2022 e 2024. No contexto de Minas Gerais, mencionado no estudo, esse incremento foi ainda mais expressivo, com uma elevação de 32,7%.
A expansão nesse setor teve início durante a pandemia, em junho de 2020, e foi acelerada pelo crescimento veloz da digitalização do consumo, tanto em empresas já estabelecidas quanto em novos empreendimentos.
A indústria teve uma rápida recuperação inicial e retornou aos níveis pré-pandêmicos em agosto de 2020, porém perdeu força a partir de 2021, enfrentando períodos de estagnação.
“A indústria apresentou uma boa reação ao impacto inicial, mas posteriormente enfrentou desafios, como a elevada inflação e a necessidade de ajustes na política monetária. Mesmo assim, o setor continua sendo vital para assegurar um crescimento sustentável no longo prazo”, explica Flávio Roscoe, presidente da Fiemg.
Conforme a Fiemg, esse ciclo de crescimento foi respaldado por medidas de estímulo fiscais e monetárias, porém gerou um efeito colateral, em parte, complicado de gerenciar: o aumento da inflação. A federação avalia que a medida adotada para reequilibrar a relação entre capital produtivo, remuneração da força de trabalho e consumo das famílias foi o incremento na taxa básica de juros (Selic), medida que perdura até hoje.
Fonte: Agência Brasil