O Brasil encerrou o segundo mês do ano com 431.995 postos de trabalho com registro em carteira. As informações são do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), divulgado hoje pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). De acordo com a secretaria, este é o maior resultado mensal registrado na nova série histórica do Caged, que teve início em 2020.
O desempenho de fevereiro decorreu de 2.579.192 contratações e 2.147.197 desligamentos. No acumulado no ano, houve um saldo positivo de 576.081 empregos. Já nos últimos 12 meses, foram gerados 1.782.761 empregos.
Em relação ao total de empregos formais, o país registrou, em fevereiro, um aumento de 47.780.769 vínculos, representando uma variação de +0,91% em relação ao mês anterior.



O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, destacou que os números de fevereiro são resultado das iniciativas de investimento e reindustrialização implementadas pelo governo federal.
“Nós incentivamos diversos investimentos e isso é o resultado”, afirmou Marinho durante coletiva na sede do ministério em Brasília.
“Estamos promovendo um programa de reindustrialização, estimulando a indústria a se preparar para fabricar equipamentos de saúde, em vez de importar. Estamos discutindo a transição para energia mais limpa, incentivando investimentos, visando produzir SAF [Combustível Sustentável de Aviação] no Brasil para substituir os combustíveis poluentes usados em aeronaves”, acrescentou.
Dados
O setor de serviços teve o maior aumento de empregos formais no último mês, com a criação de 254.812 postos, uma variação de 1,1% em comparação a janeiro. Na indústria, foram criados 69.884 postos, representando um aumento de 0,78%. No comércio, foram gerados 46.587 postos (0,44%); na construção, houve a abertura de 40.871 postos (1,41%); e na agropecuária, foram criados 19.842 postos, equivalente a 1,08%.
O salário médio no momento da contratação foi de R$ 2.205,25. Em comparação com o mês anterior, houve uma queda real de R$ 79,41 no salário médio, indicando uma variação de aproximadamente -3,48%.
A maioria das novas vagas preenchidas em fevereiro foi ocupada por mulheres, totalizando 229.163 postos, enquanto os homens ocuparam 202.832 postos.
O grupo etário com maior saldo foi o de 18 a 24 anos, com 170.593 postos. Pessoas com ensino médio completo apresentaram um saldo de 277.786 postos. Em relação à faixa salarial, a categoria de até 1,5 salários mínimos teve um saldo de 312.790 postos. Em relação à etnia, os pardos conquistaram um saldo de 269.129 postos, enquanto os brancos tiveram um saldo de 189.245 postos.
Estados
Com exceção de Alagoas, todos os estados apresentaram um saldo positivo na geração de empregos no último mês. Em números absolutos, São Paulo liderou a criação de postos de trabalho, encerrando fevereiro com 137.581 novos empregos; seguido por Minas Gerais, com 52.603 postos, e Paraná, com 39.176 postos.
Os estados que tiveram menor saldo foram: Alagoas, com perda de 5.471 postos; Acre, que gerou 429 postos; e Paraíba, com 525 novos postos.
Em termos relativos, os estados com maior variação na criação de empregos em comparação ao mês anterior foram Goiás, com 20.584 postos e uma variação positiva de 1,30%; Tocantins, com 3.257 postos e variação de 1,25%; e Mato Grosso do Sul, que gerou 8.333 postos, com variação de 1,24%.
Atividade em alta
O ministro foi questionado sobre os dados positivos que indicam uma economia aquecida, em contraste com a política de redução da atividade econômica defendida pelo Banco Central. Marinho observou, no entanto, que os dados de fevereiro foram ajustados sazonalmente e que para março é esperada uma diminuição na geração de empregos.
Marinho expressou sua expectativa de manutenção da política de geração de empregos.
“Eu espero que a economia continue aquecida, afinal, ainda temos muitas pessoas em situação de subemprego e desemprego”, declarou.
O ministro também criticou o aumento na taxa básica de juros da economia, a Selic, elevada para 14,25% pelo Comitê de Política Monetária (Copom) no início do mês.
“Parece que o Banco Central estava comprometido com contratos firmados e está cumprindo com eles. Não é recomendável mudanças abruptas na economia, portanto os processos estão sendo respeitados”, afirmou.
Marinho estava se referindo às declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre a decisão do BC de manter a elevação da Selic após a saída de Roberto Campos Neto da presidência da instituição e a entrada de Gabriel Galípolo. Ambos ressaltaram que o BC não pode fazer mudanças bruscas em um cenário instável.
“No Brasil, precisamos de um amplo acordo voltado para aumentar a produção e combater a inflação, e não o contrário. Parece que, com a elevação dos juros, as pessoas não vão parar de consumir carne, ovos, arroz e feijão. O debate é outro, precisamos produzir mais”, enfatizou Marinho.
Fonte: Agência Brasil