O BTG Pactual alterou sua estimativa para a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de hoje (18) e agora prevê um aumento de 0,25 ponto percentual (p.p.) na Selic. O banco prevê que a taxa permaneça em 15% até o final de 2025.
A economista do banco, Iana Ferrão, menciona que a revisão da previsão decorre de uma sequência de indicadores que apontam para “atividade resiliente e inflação de serviços ainda elevada, em um contexto de expectativas desancoradas”. Esse panorama reforça a necessidade de um ajuste residual.
Ferrão também argumenta que, no cenário atual, manter as taxas de juros não parece ser a decisão mais adequada, embora seja consistente com a comunicação anterior.


Considerando um ambiente de expectativas desancoradas e com a implementação parcial da política monetária, ela destaca que o aumento de 0,25 p.p. na Selic é “a estratégia mais eficiente para consolidar o processo de desinflação, garantir a credibilidade do ciclo já em vigor e mitigar o risco de um aperto mais custoso no futuro”.
A avaliação é que interromper prematuramente o ciclo, sem evidências mais sólidas de transmissão eficaz da política monetária, pode comprometer a convergência da inflação para a meta estabelecida.
O banco também ressalta que o momento presente é uma oportunidade para o Comitê reforçar sua credibilidade. “O Copom deve aproveitar esta ocasião para reiterar seu compromisso com a convergência da inflação à meta, implementando um ajuste residual”, destaca.
Quando terá início o ciclo de redução da Selic?
Apesar da previsão de aumento nesta semana, o BTG projeta que a reunião de junho marcará o encerramento do ciclo atual de aperto monetário. O banco acredita que os impactos da Selic em um patamar restritivo começarão a se refletir de forma mais evidente nos dados de atividade a partir do segundo semestre.
Nesse contexto, a redução da taxa básica de juros só deve começar em 2026.
“Com a consolidação da desaceleração da demanda, esperamos que a inflação de serviços comece a convergir de forma mais consistente no início de 2026, criando as condições para o início do ciclo de flexibilização no primeiro trimestre do próximo ano”, pondera Ferrão.
A economista, no entanto, alerta que a eficácia da política monetária pode ser comprometida se o governo adotar uma resposta fiscal expansionista diante da desaceleração da atividade. Isso poderia adiar o início do ciclo de redução, adverte o banco.
Fonte: Money Times