O tradicional jornal The New York Times (NYT) concordou em ceder seu conteúdo editorial para a Amazon (AMZN) para utilização nas plataformas deinteligência artificial (IA) da gigante da tecnologia. O anúncio foi divulgado pela empresa de jornalismo na última quinta-feira (29).
Este representa um movimento oposto ao ocorrido em 2023, quando o NYT entrou com ação contra a OpenAI, detentora do ChatGPT, e aMicrosoft (MSFT) por violação de direitos autorais. Agora, seu conteúdo editorial será exibido em todas as plataformas da Amazon.
Conforme informado na publicação, o acordo de vários anos “levará o conteúdo editorial do NYT a diversas experiências de clientes da Amazon”. Além de artigos de notícias, o acordo abrange material do NYT Cooking, a seção de culinária e receitas do jornal, e do The Athletic, de esportes.



Dessa forma, este torna-se o primordial acordo de licenciamento do jornal focado em tecnologia de IA generativa. Vale ressaltar que a ascensão de ferramentas de produção de texto tem impactado o setor editorial, seja no que diz respeito à contratação de profissionais ou à rapidez na criação de conteúdo.
“O acordo está em conformidade com nosso princípio duradouro de que jornalismo de alta qualidade merece ser remunerado”, expressou Meredith Kopit Levien, a CEO do The New York Times, em uma comunicação à equipe.
“Ele está alinhado com nossa abordagem cuidadosa para garantir que nosso trabalho seja valorizado devidamente, seja por meio de negociações comerciais ou da preservação de nossos direitos de propriedade intelectual”, finaliza o comunicado.
Utilização de inteligência artificial na Amazon com fontes jornalísticas
Por meio do licenciamento, a Amazon poderá ampliar a utilização do conteúdo editorial do The New York Times para o software Alexa e seus dispositivos inteligentes de som, por exemplo.
Em determinadas situações, trechos de reportagens do NYT serão destacados e um link de redirecionamento para o portal do jornal será incluído. O conteúdo também será empregado para treinar os modelos proprietários de IA da Amazon, afirmou a companhia.
Apesar do anúncio, é improvável que o NYT encerre rapidamente o litígio com a OpenAI. A Amazon preferiu não comentar além do que foi mencionado na declaração emitida pelo jornal.
Outros veículos de comunicação — como Axel Springer, Condé Nast e News Corp — já estabeleceram acordos de licenciamento em troca do uso de seus materiais. O Washington Post, pertencente ao fundador da Amazon, Jeff Bezos, fechou contrato com a OpenAI no mês anterior, por exemplo.
O cenário atual da inteligência artificial
É crucial recordar que a competição por inteligência artificial generativa e chatbots cada vez mais sofisticados teve início no final de 2022 com o lançamento do ChatGPT. Empresas como Google, Meta, Apple e a própria Amazon foram surpreendidas pela nova tecnologia.
Uma “nova geração” de IAs também tem substituído mecanismos de busca, como o Perplexity e também o Gemini, do Google. A demanda por treinamento de chatbots com dados mais confiáveis é um dos pontos cruciais para o aprimoramento dessa tecnologia.
Dessa forma, a principal empresa de computação em nuvem do mundo, a Amazon, comprou, em junho do ano anterior, a startup de IA denominada Adept por menos de US$ 330 milhões para utilizar sua tecnologia.
Posteriormente, um contrato similar foi firmado com outra startup chamada Covariant. Em ambos os casos, a Amazon também incorporou a equipe de desenvolvedores responsável pelos projetos.
Assim, os executivos das antigas startups, agora sob a égide da Amazon, lideram um laboratório de pesquisa da gigante tecnológica que visa criar “inteligência artificial geral”, ou AGI, um sistema capaz de realizar tudo o que o cérebro humano pode fazer.
*Com informações do The New York Times
Fonte: Money Times