Como a administração de Donald Trump escolheu qual imposto adotar para cada nação, incluindo o Brasil, durante o “Dia da Independência”? Diante do impacto do anúncio e das consequências no comércio mundial, a matemática por trás da nova taxa foi um dos tópicos que capturou a atenção do mercado.
Diferentemente do que era esperado, as tarifas não foram determinadas com base em pesquisas individuais por país ou categoria de item, mas sim com base em uma única equação para todos os mercados.
O cálculo relativamente simples — para alguns considerado simplista, levando em conta a complexidade do assunto — envolve duas etapas. Inicialmente, estabeleceu-se um percentual mínimo de 10% sobre as importações de todos os países.


Posteriormente, a administração Trump também instituiu uma taxa adicional correspondente à metade da proporção entre o déficit comercial dos EUA com a nação e as importações daquele país.
No caso da China, por exemplo, a divisão entre o déficit comercial de US$ 295 bilhões e o total de importações de US$ 438 milhões resulta em um percentual de cerca de 67%. Portanto, a tarifa aplicada (metade dessa relação) foi de 34%.
Por sinal, a equação impactou mais gravemente os mercados asiáticos, que possuem grandes superávits comerciais com os EUA.
O Brasil, por sua vez, foi enquadrado entre os países que foram submetidos à taxa mínima de 10%. Isso se deve ao fato de que o saldo comercial com os Estados Unidos é positivo para os norte-americanos.
O Canadá e o México, os primeiros a sofrerem as consequências das medidas de Donald Trump, não foram incluídos no grupo de nações que receberam as tarifas recíprocas. Ambos os países continuam isentos das taxas de até 25% que o governo anunciou no início do ano, porém correm o risco de serem tributados em até 12% no futuro.
Taxas de Trump superam expectativas
A média ponderada da chamada “taxa recíproca” da administração Trump ficou em 18,3%, acima das previsões do Goldman Sachs. Contudo, a taxa efetiva deverá ser menor devido às importações que permanecerão isentas.
Espera-se que as futuras negociações com os governos estrangeiros resultem em uma redução das taxas recíprocas. Mesmo assim, o Goldman prevê um risco maior de que o aumento das tarifas ultrapasse a estimativa inicial de 15 pontos percentuais.
Nas imagens abaixo, é possível visualizar as tarifas recíprocas anunciadas pelo governo Trump para cada país:
Fonte: Crypto Money