O chefe do BC, Gabriel Galípolo, apoiou hoje a necessidade da flexibilidade da instituição financeira para analisar informações e seguir ajustando qual é a taxa de juros final, enfatizando que o banco está debatendo o ciclo ascendente na Selic — e não quando começará o ciclo de redução dos juros.
No evento organizado pelo Centro de Discussões de Políticas Públicas, em São Paulo, Galípolo expressou a expectativa de que as medidas tomadas pelo Comitê de Política Monetária (Copom) sirvam como evidência do comprometimento do órgão na busca pela meta de inflação. O objetivo de inflação perseguido pelo BC é 3%, com uma margem de 1,5 ponto percentual.
O mercado já prevê cortes na Selic, mas para Galípolo ainda é prematuro considerar essa possibilidade.



Ele também ressaltou que, nesta fase da política monetária, surge a discussão sobre por quanto tempo o BC manterá a Selic em um nível restritivo.
“Precisamos ter estômago forte e resistência para suportar o período em que teremos que lidar com essa taxa de juros em um patamar restritivo, a fim de ancorar expectativas e perseguir a meta”, afirmou.
Em maio, o BC desacelerou o ciclo de elevação de juros ao elevar a taxa Selic em 0,50 ponto percentual, para 14,75% ao ano, e deixou em aberto a decisão para a reunião deste mês, sinalizando uma dependência de dados e a necessidade de uma postura de juros elevados por um período prolongado para controlar a inflação.
No mercado financeiro, no entanto, a perspectiva predominante é a manutenção da Selic em 14,75% ao ano na reunião deste mês.
Além disso, as operações têm sido realizadas desde a última decisão do Copom com base na expectativa de quando o BC iniciará um novo ciclo da taxa básica, desta vez de redução.
Nas últimas sessões, cresceram as apostas de que o primeiro corte de juros pode ocorrer somente em 2026 — e não no final de 2025.
Na apresentação de hoje, Galípolo afirmou que não irá antecipar discussões sobre a taxa de juros no futuro, pois o BC ainda está “em uma etapa anterior”.
Fonte: Money Times