Fica definido: o Brasil terá que arcar com uma taxa de 50% caso deseje adquirir itens dos Estados Unidos.
Na data anterior, o mandatário Donald Trump rubricou um decreto que eleva para 50% as taxas sobre produtos brasileiros. Apesar da providência, a administração estadunidense divulgou uma ampla relação de exceções, englobando cerca de 700 artigos como suco de laranja, aeronaves civis, combustíveis, veículos e peças, fertilizantes e itens energéticos.
De acordo com o governo norte-americano, o decreto entrará em vigor em 6 de agosto e foi implementado como reação a ações do governo brasileiro que, no entendimento dos americanos, representam uma “ameaça fora do comum e extraordinária” à segurança nacional, à política externa e à economia dos EUA.




O documento reitera críticas previamente feitas por Trump e argumenta que ações do Brasil comprometeriam empresas e cidadãos americanos, incluindo situações de “censura” e “perseguição política” a aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O texto menciona especificamente o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), acusando-o de coagir opositores, proteger aliados e aplicar sanções a empresas de tecnologia americanas que ignoraram determinações judiciais no Brasil.
Como parte da retaliação, a Casa Branca determinou a revogação dos vistos de ministros do STF e de seus familiares, com exceção de André Mendonça, Nunes Marques e Luiz Fux. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, também se viu sujeito às penalidades.
Em resposta, a Secretaria de Comunicação veiculou um comunicado assegurando que o Brasil é uma nação soberana e democrática, que respeita os direitos humanos e a independência entre os Poderes. “É inconcebível a interferência do governo norte-americano na Justiça brasileira”, enfatiza.
No texto, o governo expressa solidariedade ao ministro Alexandre de Moraes, pontuando que um dos pilares da democracia e do respeito aos direitos humanos no Brasil é a autonomia do Poder Judiciário e qualquer tentativa de fragilizá-lo constitui ameaça ao próprio sistema democrático.
“No Brasil, a legislação é aplicável a todos os cidadãos e empresas. Qualquer atividade que afete a população e a democracia brasileira deve seguir normas. O uso de argumentos políticos para justificar as medidas comerciais adotadas pelo governo americano contra as exportações brasileiras é considerado injustificável pelo governo brasileiro”, conclui.
O governo ressalta estar aberto a negociar elementos comerciais da relação com os EUA, porém não abrirá mão dos mecanismos de defesa do país, previstos em sua legislação. “Já iniciamos a avaliação dos impactos das medidas e estamos elaborando ações para apoiar e proteger os trabalhadores, as empresas e as famílias brasileiras.”
Quarta Especial
No dia anterior, conforme esperado, o Federal Reserve e o Banco Central mantiveram inalteradas suas respectivas taxas de juros.
No caso do Fed, a decisão acerca da próxima reunião, agendada para setembro, ainda não está definida. O presidente Jerome Powell salientou que os impactos das tarifas de Trump já começaram a refletir nos preços de alguns produtos. Contudo, ele observou que os efeitos sobre a atividade econômica e a inflação ainda não foram detectados.
“O processo (impacto das tarifas na economia) provavelmente será mais lento do que o previsto inicialmente. Ainda temos muito a percorrer para compreender exatamente o que irá acontecer”, declarou.
Aqui no Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) comunicou uma pausa prolongada na Selic, porém não descartou futuras elevações, se necessárias.
A autoridade monetária reconhece que o ambiente internacional continua desafiador e incerto, especialmente devido à política econômica dos Estados Unidos. No entanto, também ressaltou a preocupação com a situação fiscal.
O Banco Central afirma estar vigilante quanto ao modo como os desdobramentos da política fiscal influenciam a política monetária e os ativos financeiros.
Internacional
No exterior, os mercados se preparam para o início das novas tarifas estabelecidas pelo governo norte-americano, enquanto aguardam dados importantes para o Fed. Neste momento, são divulgados os números do Índice de Preços de Gastos de Consumo Pessoal (PCE, na sigla em inglês), um dos principais indicadores inflacionários dos EUA.
Os investidores também estão atentos aos recentes acordos firmados por Trump com a Coreia do Sul e o Paquistão.
As bolsas asiáticas encerraram sem direção definida, enquanto os mercados europeus registram avanços nesta manhã. Em Wall Street, os índices futuros operam com expressiva alta, impulsionados pelos resultados positivos da Meta e Microsoft.
Petróleo
O petróleo apresenta redução, acompanhando os desdobramentos das tarifas promulgadas por Trump. Além disso, a commodity permanece sob pressão devido ao novo prazo estabelecido por Trump para a Rússia encerrar o conflito na Ucrânia, além das ameaças de taxas sobre países que continuarem adquirindo petróleo russo.
Criptomoedas
As criptomoedas registram valorização. O bitcoin (BTC) está sendo transacionado a US$ 118 mil, apresentando um acréscimo de 0,2%. Já o ethereum (ETH) progrediu 1,7% e está próximo dos US$ 3.800.
Período de Balanços
A quinta-feira (31) promete ser movimentada com a divulgação dos resultados da Ambev (ABEV3) antes da abertura, e de empresas relevantes como Vale (VALE3), Gerdau (GGBR4), Metalúrgica Gerdau (GOAU4), CSN (CSNA3) e CSN Mineração (CMIN3) após o encerramento.
Também estão agendadas as divulgações do Mercado Livre (MELI34), Irani (RANI3) e Marcopolo (POMO4) para o dia de hoje.
Ibovespa
No último pregão, o Ibovespa (IBOV) encerrou com crescimento de 0,95%, chegando a 133.989,74 pontos. O dólar à vista (USBRL) finalizou as operações em R$ 5,5892, apresentando alta de 0,35%.
O iShares MSCI Brazil (EWZ), o principal fundo de índice (ETF) brasileiro em Nova York, elevou-se 0,19% no after-market de ontem, cotado a US$ 26,93.
Agenda: Veja a programação para hoje
Indicadores econômicos
Agenda – Lula
Agenda – Fernando Haddad
Agenda – Gabriel Galípolo
Morning Times: Confira os mercados na manhã desta quinta-feira (31)
Bolsas asiáticas
Bolsas europeias (mercado aberto)
Wall Street (mercado futuro)
Commodities
Fonte: Money Times