A uma semana do começo da cobrança das taxas de 50% na compra dos itens brasileiros nos Estados Unidos, os gestores do ASA presumem que o líder dos EUA, Donald Trump, provavelmente não manterá as medidas.
“Não acredito que Trump vai manter as taxas de importação porque está sendo contraproducente para a possível reeleição do governo atual”, comentou o chefe do ASA, Fábio Okumura, durante o evento da Expert XP hoje (25).
De acordo com o chefe global de investimentos do ASA, Charles Ferraz, os investidores estrangeiros continuam confiantes no Brasil mesmo com a ameaça tarifária de Donald Trump, por pelo menos três razões: falta de conflitos geopolíticos, como no Oriente Médio, superávit comercial dos EUA em relação ao Brasil e economia relativamente “isolada” em comparação com México e Canadá.


A situação fiscal brasileira, diferente da percepção dos investidores locais, não é considerada um “empecilho” pelos estrangeiros.
Hoje (25), as tensões comerciais entre os EUA e o Brasil tiveram novos desdobramentos. Informações divulgadas pela Bloomberg indicam que o presidente dos EUA, Donald Trump, estaria planejando uma nova declaração de emergência sobre as tarifas, frustado com as críticas recebidas por usar motivos políticos para taxar o Brasil.
Até agora, o governo brasileiro não obteve sucesso nas negociações com os EUA. Se Trump não recuar, a taxa de 50% deve entrar em vigor em 1º de agosto.
Tarifas: mais interferência do que indicador
Segundo Charles Ferraz, a política tarifária de Donald Trump tende a perder relevância nas movimentações de mercado e se tornar mais um “ruído” do que um sinal para a economia global.
“Agora acreditamos que os mercados vão considerar cada vez mais essa questão tarifária como um ruído, e não como um sinal claro que terá um impacto significativo nos mercados”, declarou durante o evento da Expert XP.
Fabio Okumura, chefe do ASA, também analisa que o retorno de uma postura protecionista por parte de Trump é apenas “um ruído temporário”.
Na perspectiva de Ferraz, a “agenda” tarifária deve ser substituída pelo crescimento econômico — que era a maior aposta do mercado no primeiro semestre do mandato de Trump.
“A agenda do segundo semestre provavelmente se concentrará mais no crescimento, o qual deveria ter sido priorizado desde o início, e isso dará suporte aos mercados”, afirmou Ferraz.
Fonte: Money Times