O mercado encontra-se otimista devido à redução das tensões no Oriente Médio. Entretanto, Jerome Powell pode desanimar as bolsas, que estão à espera de um sinal de flexibilização monetária.
O presidente do Federal Reserve participa hoje do seu segundo dia de interpelações no Congresso norte-americano. Ontem, foi sabatinado na Câmara dos Deputados e hoje irá fazer sua declaração e responder questionamentos no Comitê Bancário do Senado.
O pronunciamento deverá ser similar ao do dia anterior: ainda não é o momento para o Fed considerar uma diminuição das taxas de juros nos Estados Unidos.



“As modificações nas políticas seguem em progresso, e os impactos sobre a economia permanecem incertos”, afirmou Powell na terça-feira (24). “Atualmente, estamos aguardando informações adicionais sobre o possível curso da economia antes de cogitar quaisquer ajustes em nossa abordagem de política monetária”, complementou.
Apesar das pressões de Donald Trump por reduções de juros, Powell reiterou que as tarifas anunciadas no início do ano podem ter repercussões na economia, embora a extensão dos efeitos ainda não esteja clara. Conforme sua análise, tais medidas podem ocasionar tanto pressões de curto prazo na inflação quanto impactos de longo prazo.
Internacional
No exterior, o calendário de indicadores está vazio, com foco nos dados do segmento imobiliário nos EUA.
Com a diminuição das tensões entre Israel e Irã , o mercado volta sua atenção para as tarifas recíprocas impostas por Trump. O prazo de “pausa” de 90 dias, que reduzia as tarifas de importação para 10%, chega ao fim em 9 de julho e a União Europeia ameaçou retaliar caso os EUA mantenham as barreiras comerciais sobre as exportações da região.
O primeiro-ministro canadense, Mark Carney, também sinalizou aumento das tarifas sobre as importações de aço e alumínio dos EUA até o final de julho.
Os mercados asiáticos encerraram em alta. As bolsas europeias registram perdas, enquanto os futuros de Wall Street têm início de sessão misto.
Petróleo
O petróleo avança hoje, recuperando-se após o anúncio de trégua entre Israel e Irã, com o preço da commodity abaixo dos US$ 70 o barril. A diminuição nos preços traz alívio para o mercado, que já previa aumento na inflação global e desafios para os bancos centrais.
Criptomoedas
As criptomoedas estão em alta nesta manhã. O bitcoin (BTC) opera em US$ 106 mil, com aumento de 1,9%. Já o ethereum (ETH) permanece estável, sendo negociado a US$ 2.400.
Brasil
No país, a agenda de indicadores segue tranquila e os investidores devem analisar os discursos da equipe econômica. Em entrevista à TV Record, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, compartilhou que o governo federal planeja “paralisar” as discussões sobre a elevação dos gastos públicos.
“O aumento nos gastos públicos é feito quando há necessidade real. Estamos em um momento de congelar as conversas sobre incremento de despesas, até encontrarmos uma maneira sustentável de lidar com os gastos. Atualmente, não há espaço para aumento de despesas que não sejam essenciais”, declarou.
O ministro também expressou sua preocupação com a atual taxa básica Selic, considerando-a excessivamente restritiva em relação às projeções de inflação.
Segundo Haddad, o movimento de alta observado na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) é uma continuação da política adotada pelo ex-presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, situação que o atual líder da instituição, Gabriel Galípolo, não pode alterar.
“Essa elevação, sendo muito sincero, quem está no ramo compreende, foi determinada na última reunião com a presença de Roberto Campos, em dezembro. É como se tivesse sido feito um acordo futuro sobre a taxa. Não é viável mudar drasticamente a política monetária“, concluiu.
Além disso, o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, divulgou que o superávit primário do governo central atingiu aproximadamente R$ 20 bilhões nos últimos 12 meses até maio, e os gastos foram cerca de 3% menores em comparação com o ano anterior. Os dados foram apresentados em entrevista publicada nesta quarta-feira (25) pelo jornal Valor Econômico.
Segundo Ceron, a política fiscal encontra-se “altamente restritiva”, com um superávit previsto em 2025 de quase R$ 60 bilhões. “Estamos no caminho certo para atingir a meta deste ano. Assim, o debate já está se voltando para 2026, e já adotamos medidas para garantir o cumprimento, juntamente com a redução das despesas tributárias”, afirmou.
Ibovespa
No último pregão, o Ibovespa (IBOV) encerrou a 137.164,61 pontos, apresentando alta de 0,45%. O dólar à vista (USBRL) finalizou as transações em R$ 5,5189, com aumento de 0,29% em relação ao real.
O iShares MSCI Brazil (EWZ), o principal fundo de índice (ETF) brasileiro em Nova York, teve alta de 0,43% no after-market de ontem, cotado a US$ 28,10.
Agenda: Veja a programação para hoje
Indicadores econômicos
Agenda – Lula
Agenda – Fernando Haddad
Agenda – Gabriel Galípolo
Morning Times: Confira os mercados na manhã desta quinta-feira (25)
Bolsas asiáticas
Bolsas europeias (mercado aberto)
Wall Street (mercado futuro)
Commodities
Criptomoedas
Excelente quarta-feira e acompanhe o Money Times para ficar por dentro das notícias do mercado!
Fonte: Money Times