A corretora XP Investimentos diminuiu a estimativa para a inflação atual para 5,5% este ano, em comparação com os 5,7% anteriores. O economista Alexandre Maluf explica que essa revisão se baseia em resultados decepcionantes recentes e na desaceleração dos preços no atacado.
A prévia do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de maio ficou aquém das previsões, com ênfase na inflação de produtos industrializados. As análises recentes sobre a inflação do produtor também apontaram um comportamento controlado.
“Tudo indica que a maior parte do impacto positivo da desvalorização cambial no segundo semestre de 2024 parece ter se dissipado. Por isso, projetamos uma menor pressão nos preços na segunda metade do ano, especialmente para os produtos duráveis”, afirma Maluf.



O economista também destaca que a inflação de serviços em maio permaneceu relativamente contida, mas alerta que essa redução pode ser temporária.
“Fomos surpreendidos com os baixos índices de variação nos custos de aluguel e condomínio nos últimos três meses. Itens voláteis, como passagens aéreas, também tiveram resultados abaixo do esperado. No entanto, os fatores fundamentais para a inflação de serviços — emprego, renda, inércia — sugerem que não haverá uma queda persistente e generalizada no futuro”.
Maluf ainda menciona as surpresas negativas nos preços dos alimentos. “Os valores dos alimentos subiram muito menos do que o esperado no IPCA-15 de maio (0,30% versus 0,60%), devido a itens voláteis como frutas, tubérculos e verduras”, comenta.
Desafios continuam para a inflação de 2026
A projeção da XP para a inflação de 2026 segue em 4,7%, acima da faixa de tolerância da meta estabelecida pelo Banco Central. Maluf aponta que os desafios continuam, considerando os estímulos econômicos e as mudanças no setor elétrico.
O economista explica que a redução na projeção do IPCA para 2025 implica em uma inércia inflacionária menor para os grupos de preços livres em 2026. No entanto, a nova medida provisória relacionada ao setor elétrico deve resultar em aumentos mais significativos nas tarifas de energia, compensando o efeito diminutivo.
Ademais, a demanda interna provavelmente se manterá aquecida, devido ao mercado de trabalho robusto e às iniciativas de estímulo do governo.
Fonte: Money Times