A XP Investimentos tem expectativa de que o Comitê de Política Monetária (Copom) eleve a Selic para 15,50% ao ano, após acréscimos de 0,75 ponto percentual (p.p.) em maio e 0,50 p.p. (p.p) em junho. Contudo, caso o Produto Interno Bruto (PIB) diminua mais do que o previsto, os diretores podem decidir cessar o ciclo ascendente antes.
Apesar disso, o analista-chefe Caio Megale argumenta, em relatório publicado nesta quinta-feira (3), que é pouco provável que a taxa de juros final fique inferior a 15%.
Na comunicação recente, o Copom ressaltou “as defasagens intrínsecas ao atual ciclo monetário”. Segundo a XP, isso implica que, ao atingir o intervalo de 15% a 15,50%, o Comitê fará uma pausa para analisar os efeitos do ajuste monetário já implementado sobre a atividade econômica e a inflação.


A reação do Banco Central à situação inflacionária tem sido robusta. Em março, o Copom colocou em prática a terceira e última parcela do ajuste de 3 p.p. anunciado em dezembro, elevando a Selic para 14,25%. O movimento pegou o mercado de surpresa, porém, mesmo assim, as previsões de inflação permanecem acima da meta a curto e médio prazos.
Conforme Megale, um dos elementos que sustentam a pressão inflacionária é o fiscal, que tende a contrabalançar parte dos efeitos da política monetária restritiva. Como resultado, as estimativas da XP para o crescimento econômico e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foram elevadas.
A instituição aumentou a projeção para o IPCA em 2026 de 4,5% para 4,7%, devido ao impacto da reforma do Imposto de Renda. Já as previsões para o PIB brasileiro de 2025 e 2026 subiram de 2% para 2,3% e de 1% para 1,5%, respectivamente.
Para 2026, o analista-chefe sugere que o Copom iniciará progressivamente o ciclo de redução na taxa de juros. As previsões apontam que, até meados do próximo ano, as expectativas de inflação para 2027 estarão mais alinhadas com a meta de 3%, possibilitando que a Selic diminua para 12,50%.
A evolução do panorama econômico, no entanto, dependerá das indicações da política fiscal, especialmente frente às eleições presidenciais.
Fonte: Crypto Money