O UBS BB estima que a Selic vai alcançar o auge do atual período de aperto monetário em julho deste ano, a 15,75%. A previsão do banco, inclusive, é de que a taxa de juros encerre 2025 nesse nível.
O Comitê de Política Monetária (Copom) anticipa uma inflação de 3,9% no horizonte relevante — seis trimestres adiante, o terceiro trimestre de 2026. Já na reunião de maio, eles terão como alvo o quarto trimestre do ano seguinte, que tem projeção de Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 3,7%.
De acordo com os especialistas Alexandre de Azara, Fabio Ramos e Rodrigo Martins, como 3,7% está “consideravelmente distante” da meta de 3%, o Banco Central (BC) terá que implementar elevações superiores a 0,50 e 0,25 ponto percentual (p.p.) em maio e junho.



“É por essa razão que prevemos outro acréscimo de 0,50 p.p. em junho, o que elevaria a taxa Selic para 15,25%”, afirmam.
Em julho, o horizonte relevante será o primeiro trimestre de 2027, quando a inflação de 12 meses deve alcançar os 3,4% — “ainda muito afastado da meta”. Portanto, o UBS projeta outra elevação de 0,50 p.p. na quinta reunião do ano, levando a Selic a 15,75%.
Os especialistas também postergaram o início do relaxamento monetário para abril de 2026 e agora esperam seis reduções de 0,50 p.p. em 2026. A Selic deve encerrar o ano em 12,75%.
UBS também revisa estimativas para PIB e dólar
O UBS BB também atualizou suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 1,3% para 1,5% em 2025. “Dados recentes, como o IBC-Br de janeiro, indicam um desempenho mais robusto no primeiro trimestre do que antecipávamos anteriormente”, mencionam.
A surpresa, segundo os especialistas, está relacionada à produção agrícola, que deverá impulsionar o início do ano e criar uma base elevada para o crescimento.
“Apesar dessa revisão, continuamos prevendo uma notável desaceleração do PIB subjacente nos próximos trimestres. Mantemos a perspectiva de estagflação tanto em 2025 quanto em 2026”.
O banco também reduziu a projeção para o câmbio em 2025 de R$ 6 para R$ 5,8 por dólar. A adaptação está vinculada ao desempenho superior das moedas de países emergentes recentemente e às melhores expectativas para as taxas locais.
Fonte: Crypto Money