Os tokens estáveisrepresentam a nova fronteira a ser explorada na área das criptos. Na mira de governos e corporações, esta categoria de ativos tem equivalência em elementos do mundo físico — tais como matérias-primas e moedas correntes, como o dollar e o euro.
Recentemente, a Visa e a Mastercard, duas das principais redes de pagamentos do mundo, deram início a uma movimentação em direção a esse campo.
“A incursão de atores internacionais como Mastercard e Visa no ecossistema de tokens estáveis indica uma mudança estrutural no porvir dos meios de pagamento. Essas ações evidenciam que a tokenização de moedas correntes está deixando de ser uma aposta inovadora para se converter em infraestrutura crucial para pagamentos, transferências e serviços financeiros mundo afora”, declara Caio Barbosa, CEO da Lumx, empresa tecnológica brasileira especializada em infraestrutura para tokens estáveis.


O co-fundador da Lumx está na relação Forbes Sub 30 de 2022. A companhia, estabelecida em janeiro do mesmo ano, colabora com empresas como Sympla, Elo, Google e BTG Pactual.
Tokens Estáveis no Cotidiano das Pessoas
A Mastercard, por exemplo, estabeleceu parcerias com uma das maiores corretoras de criptos (exchange) do planeta, a OKX, e com a Circle, emisora do USDC (USDC), para viabilizar que os consumidores gastem em tokens estáveis diretamente em suas carteiras digitais, oportunizando também que os comerciantes recebam em moedas em paridade com o dólar estadunidense.
É importante ressaltar que a Mastercard já estava conduzindo testes em colaboração com a MetaMask, produtora de uma das carteiras digitais (wallet) mais populares do globo, para permitir o uso de tokens estáveis via cartões tradicionais.
“No Brasil e na América Latina, onde as demandas por eficiência, custo menor e inclusão financeira são prementes, a movimentação dessas grandes redes corrobora ainda mais o labor de empresas que elaboram infraestrutura para integração de tokens estáveis no sistema financeiro convencional e em novos modelos de negócio digitais”, menciona Barbosa.
Por outro lado, a Visa foi a pioneira em permitir a liquidação de transações utilizando o USDC, possibilitando que parceiros liquidem pagamentos em moedas fiduciárias autorizadas na rede da empresa com uso de tokens estáveis.
A Base do Mercado — e Centro do Debate nos EUA
Atualmente, o mercado mundial de tokens estáveis totaliza mais de US$ 235 bilhões dentre os ativos digitais, conforme o agregador DeFi Llama.
Predominantemente, esse mercado é composto por um tipo específico de token estável bastante particular, que são aqueles lastreados no dólar estadunidense.
E os Estados Unidos já contam com alguns projetos de lei que almejam instituir um ambiente regulatório mais estável para os tokens estáveis e seus emissores. Importa recordar que, dentre as dez criptomoedas de maior valor de mercado, duas são tokens estáveis lastreados em dólar.
Por fim, entenda aqui por que os EUA não necessitam de uma moeda digital própria e podem se beneficiar desse surto dos tokens estáveis.
Fonte: Money Times