Hoje não está sendo um bom dia para a maioria das moedas digitais, porém, a atenção negativa está voltada para o éter (ETH) que, com a queda de quase 10% neste dia, afunda no mercado de baixa com uma desvalorização de mais de 50% em 2025.
Segundo Gabriel Bearlz, analista parceiro da Mercurius Crypto, a situação do éter é consequência de uma série de fatores que impactam os preços da moeda ETH. Em uma entrevista ao , o analista detalhou os principais aspectos de suas observações sobre a rede do éter.
Ele acredita que o éter pode se beneficiar a longo prazo do desempenho do bitcoin (BTC)— com previsões de ultrapassar as máximas históricas acima dos US$ 109 mil.




“Pensando de maneira muito positiva, ver o éter entre US$ 4 mil e US$ 5 mil é mais provável do que imaginar que o ETH vai superar o valor do bitcoin”, ele comenta.
O analista afirma que é desafiador estabelecer um preço alvo definitivo para um ativo tão instável como é o caso de uma moeda digital e prefere adotar uma análise mais flexível do projeto.
No entanto, Bearlz não enxerga um futuro tão promissor para o éter. “Acho improvável nos próximos 12 meses ou até mesmo em 2025 o ethereum atingir a marca de US$ 10 mil, como muitos do mercado afirmam”.
Interconexão ‘parasitária’ na rede do éter (ETH)
Primeiramente, ocorreu uma subdivisão do ecossistema ethereum com a expansão de aplicações de segunda camada (layer 2 ou L2), que acabaram diminuindo a movimentação na rede (blockchain) principal do éter.
Inicialmente, essas aplicações estavam fortemente ligadas à rede principal. No entanto, devido às taxas mais baixas e transações mais rápidas, conseguiram atrair mais usuários ao longo do tempo.
Isso resultou no que Bearlz descreve como “relação parasitária” das L2. “As camadas secundárias geram receita significativa e pagam uma comissão relativamente pequena para a rede principal do ethereum”, ele comenta.
Isso se deve ao fato de que a blockchain do ethereum é a plataforma de construção de projetos (layer 1 ou L1) mais antiga e estável do mercado, proporcionando uma segurança e estabilidade superiores em relação às outras.
No entanto, isso tornou a rede mais dispendiosa e lenta do que suas concorrentes. Como resultado desse cenário, a receita do ethereum diminuiu 90% após a introdução das L2, que agora possuem uma atividade 200 vezes maior do que a rede principal.
Conflito entre os desenvolvedores
Outro aspecto fundamental que impactou os preços do ethereum foi o embate entre os desenvolvedores — com potenciais indícios de uma divisão da rede em duas, embora essa possibilidade seja bastante remota.
Essa disputa ocorreu em dois fronts: por um lado, a ala “ideológica”, liderada pelo co-fundador do ethereum, Vitalik Buterin, defende que a Ethereum Foundation deve focar no desenvolvimento tecnológico e na segurança da rede, independentemente dos preços da moeda ETH.
Por outro lado, o grupo conhecido informalmente como Ethereum Foundation 2.0, concentra seus esforços em desenvolver o projeto em paralelo com o crescimento da moeda nativa.
Embora as discordâncias sejam mais relacionadas à ideologia do que à prática do projeto, Bearlz acredita que essa disputa transmite uma imagem negativa para o investidor. “É como se a direção de uma empresa estivesse em conflito pelo futuro da companhia”, ele menciona.
Apesar de todos esses fatores, o ethereum mantém-se como a segunda maior moeda digital do mundo e uma das redes mais relevantes do mercado. Resta saber se os desenvolvedores conseguirão demonstrar a utilidade da blockchain para tornar o éter mais atrativo aos investidores.
Fonte: Money Times