A reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) deve interromper o aumento da taxa Selic, conforme prognóstico da XP Investimentos.
No relatório elaborado por Caio Megale e Rodolfo Margato, a dupla menciona que, com a elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para crédito corporativo, previdência e transações cambiais, a previsão é de que a taxa Selic permaneça constante em 14,75% pelo restante do ano.
No entanto, ressalta-se que isso não modifica a perspectiva da equipe em relação a uma atividade econômica forte e uma inflação acima do teto da meta para 2025 e 2026.


“Nossas projeções ainda apontam para um crescimento do PIB de 2,3% este ano e de 1,5% em 2026, com tendência de alta, devido às medidas de estímulo ao crescimento adotadas pelo governo”, afirmam. “Além disso, as estimativas para o IPCA permanecem em 5,7% para 2025 e 4,7% para 2026, ultrapassando o limite superior da meta”, adicionam.
Elevação do IOF influencia na previsão base do aumento final da Selic
Embora o acréscimo do IOF não tenha o mesmo efeito que um aumento da Selic nas expectativas de inflação, consumo ao longo do tempo e taxa de câmbio.
Mesmo assim, parece “plausível” afirmar que o IOF mais alto pode substituir, em um cenário padrão, o aumento final de 0,25 p.p. que era previsto pela equipe para a reunião de junho.
Para a XP, essa possibilidade já parecia estar nos planos do Copom, dado que o presidente da autarquia, Gabriel Galípolo, tem enfatizado recentemente a manutenção de juros elevados por um período prolongado, em vez de discutir a necessidade de uma nova elevação da Selic.
“Um risco potencial para o cenário inflacionário seria uma desvalorização forte do real em resposta às medidas adotadas”, destacam.
“No entanto, até o momento, a taxa de câmbio tem se mantido relativamente estável após uma volatilidade inicial intensa, negociando próxima de nossa projeção de 5,80 reais por dólar no final deste ano”, concluem os economistas.
Fonte: Money Times