Há divergência no mercado sobre a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que ocorrerá em 18 de junho. De acordo com as Opções de Copom da B3, 61% dos investidores preveem o aumento de 0,25 ponto percentual (p.p.) da Selic, enquanto 37,50% acreditam que a taxa será mantida.
Inicialmente, era consensual no mercado que a taxa básica de juros permaneceria inalterada, porém declarações recentes da diretoria do Banco Central (BC) mudaram esse cenário.
O Itaú, que sugere a manutenção dos juros, argumenta que a decisão deve considerar o estágio avançado do ciclo, as projeções dos efeitos defasados e acumulativos da política monetária e o elevado nível de incerteza.



O economista-chefe, Mario Mesquita, observa que o cenário interno apresentou sinais contraditórios. Por um lado, a atividade econômica permanece aquecida, as expectativas de inflação estão elevadas e os preços do petróleo subiram. Por outro lado, os últimos dados de preços ficaram abaixo das expectativas e o real se valorizou.
De forma semelhante, a XP Investimentos, que não prevê novas alterações na taxa, aponta que a decisão se baseia nas medidas relacionadas ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), mesmo com a reversão parcial do aumento, e no comportamento do câmbio, que está mais forte do que o imaginado.
O economista-chefe Caio Megale e sua equipe acreditam, no entanto, que a decisão será apertada, especialmente considerando parte da comunicação dos membros do Copom.
“Membros do Copom transmitiram sinais contraditórios nas últimas semanas. Em certos momentos, o foco era manter os juros em patamares restritivos por um longo período; em outras ocasiões, o enfoque era ajustar a taxa Selic final”, afirmam.
Os economistas argumentam que um novo aumento dos juros faria sentido, visto que a atividade econômica continua forte e as expectativas de inflação estão bem acima da meta.
O BTG Pactual está entre as instituições do mercado que defendem o aumento de 0,25 p.p. da Selic. A economista Iana Ferrão justifica que a projeção se baseia nos indicadores recentes que apontam “atividade resiliente e inflação nos serviços ainda alta, em um contexto de expectativas divergentes”.
O banco também salienta que o momento atual é oportuno para o Comitê reforçar sua credibilidade, por meio de um ajuste residual. “O Copom deve aproveitar esta oportunidade para reafirmar seu compromisso com a convergência da inflação à meta”, afirma.
Confira as projeções de 10 instituições para o Copom
Os analistas de mercado estão divididos em relação à reunião desta semana, porém a maioria espera um aumento da taxa Selic.
Fonte: Money Times