A fábrica de carros do Brasil produziu 228,2 mil automóveis, vans, caminhões e ônibus em abril, um aumento de 20,1% em relação ao mês anterior e um avanço de 2,8% em comparação com um ano atrás, de acordo com informações divulgadas nesta quinta-feira (8) pela associação do setor, denominada Anfavea.
Com a produção no último mês, o setor teve um aumento de 6,7% no primeiro quadrimestre em comparação com os quatro primeiros meses de 2024, totalizando 811,2 mil veículos.
As vendas de veículos novos cresceram 6,7% em relação ao mês anterior, mas caíram 5,5% em comparação com abril do ano passado, totalizando 208,7 mil unidades, de acordo com a organização.
O novo presidente da Anfavea, Igor Calvet, mencionou que a média de emplacamentos diários em abril foi de 10,4 mil unidades, comparado a 10,3 mil em março, números similares aos registrados nos mesmos períodos de 2024 e indicando uma estabilidade em meio ao aumento das taxas de juros que complicam os financiamentos para a venda de carros novos.
“Nos próximos meses, é necessário aumentar essa média diária para alcançar a previsão de crescimento de mais de 6% no ano”, afirmou o executivo em entrevista aos jornalistas.
Em contraste com o substancial aumento na produção, os estoques de veículos novos no país encerraram abril com 254,8 mil unidades, o que representa 36 dias de vendas. Em março, os números foram de 244,3 mil veículos e 35 dias.
Calvet também apontou que, em abril, as vendas para empresas de aluguel representaram 25% do total, um número inferior aos 27% do ano anterior, mas superior aos 12% de janeiro. As vendas para locadoras totalizaram 49,5 mil veículos novos em abril, uma queda em relação aos 56,2 mil do ano anterior.
A entidade destacou que as vendas de caminhões, que já vinham demonstrando uma tendência de queda desde o início do ano, podem enfrentar mais desafios nos próximos meses devido ao aumento das taxas de juros, que subiram para 14,75% na véspera. O presidente da Anfavea comentou: “Enquanto o câmbio pode estar a favor, as taxas de juros não ajudam, e a guerra tarifária torna mais difícil fechar negócios… Como o cenário muda semanalmente, não podemos fazer uma análise precisa”.
“Estou extremamente preocupado com as taxas de juros, que já estão afetando os caminhões e devem começar a impactar os veículos leves nos próximos meses”, acrescentou o executivo.
No acumulado do ano até abril de 2025, as vendas totalizaram 760,4 mil veículos, um aumento de 3,4% em relação ao ano anterior.
A Anfavea destacou que a participação de veículos importados nas vendas foi de 17,9% em abril, o maior nível para o mês desde pelo menos 2022, porém, uma queda em relação aos 19,2% de março.
A participação acumulada no ano até abril foi de 19,7%, também a maior parcela desde pelo menos 2022, o que tem incentivado o setor a pressionar o governo por mais medidas de proteção comercial, principalmente contra as importações de veículos elétricos, que nos últimos meses têm chegado ao país em volumes considerados elevados pela indústria.
Além disso, a Anfavea informou que as exportações em abril aumentaram quase 70% em relação ao mesmo mês de 2024, totalizando 46,3 mil veículos, impulsionadas pela retomada do mercado argentino, que historicamente é o principal destino das exportações do setor.
Calvet mencionou que as vendas de veículos novos no mercado argentino, que anteriormente estavam previstas para cerca de 500 mil unidades este ano, agora estão sendo projetadas pelo setor para alcançar 600 mil a 650 mil veículos em 2025.
Fonte: Money Times