O criptoativo BTCrecebeu destaque recentemente, não só por ultrapassar os US$ 100 mil, mas também por estar a um pequeno passo de aproximadamente 4% das suas maiores cotações históricas, de US$ 109.114,88.
Embora um aumento de 4% seja relativamente simples para uma moeda digital, existem obstáculos a serem transpostos antes de novas cotações máximas.
Para compreender o que levou a criptomoeda a esse patamar é fundamental.




“O BTC se aproximou da sua maior cotação histórica devido à crescente aceitação institucional, demonstrada por importantes aquisições de empresas como MicroStrategy, Metaplanet e Méliuz aqui no Brasil. A inclusão da Coinbase no índice S&P 500 também reforça a credibilidade do mercado de ativos digitais”, detalha Theodoro Fleury, gestor e diretor de investimentos da QR Asset Management.
Segundo André Franco, CEO da Boost Research, o panorama econômico global está promissor por várias razões. “As tarifas nos EUA foram pausadas por 90 dias, a probabilidade de cortes nas taxas de juros ainda é considerável para este ano, e a regulação nos EUA está avançando bem, inclusive com a aprovação do Genius Act”.
Dessa forma, o panorama econômico global está favorável para a principal criptomoeda do mundo, sendo, portanto, um elemento essencial para buscar valores mais altos.
Assim, Franco menciona que, dentro desse contexto, o BTC tem um prazo de 90 dias para atingir novas cotações máximas.
Bitcoin (BTC) no futuro
A análise técnica dos preços do bitcoin é realizada por Guilherme Prado, country manager da Bitget no Brasil. “A BTC permanece dentro de um canal de alta a médio prazo, mas enfrenta uma resistência significativa por volta de US$ 107 mil”, observa.
Ele destaca que a faixa de US$ 102 mil tem sido um suporte crucial, e sua manutenção será vital para evitar uma correção mais acentuada.
Conforme Prado, as recentes liquidações acima de US$ 675 milhões criaram “áreas de liquidez” — ou seja, níveis de suporte e resistência de preços — nos patamares de US$ 102 mil e US$ 107 mil.
“Se o suporte atual se mantiver, o bitcoin poderá tentar romper a resistência novamente, visando inicialmente a cotação máxima em US$ 109 mil”, explica ele. “Uma quebra bem-sucedida abriria caminho para novas metas em US$ 122 mil e US$ 124 mil, conforme apontado por analistas técnicos”.
Os desafios pela frente
Entretanto, os três executivos demonstram um “otimismo precavido”, na linguagem do mercado, em relação ao valor do bitcoin.
“O cenário econômico global apresenta desafios que limitam esse avanço [do preço do bitcoin], como o rebaixamento do rating de crédito dos EUA pela Moody’s, de Aaa para Aa1, devido ao aumento da dívida federal e déficits persistentes’, explica Fleury, da QR Asset Management.
Para ele, ainda há considerável incerteza no cenário econômico global, criando um ambiente de volatilidade que impacta tanto os mercados tradicionais quanto os ativos digitais.
Por outro lado, Franco, da Boost Research, acredita que somente um cenário de corte de juros mais iminente pode impulsionar “aquela ascensão interessante” no mercado. Ressaltando que a expectativa do mercado é de que os cortes comecem em setembro deste ano.
“Se houvesse um adiantamento para junho, ou mesmo para qualquer período antes de setembro, já teríamos potencial para uma ascensão considerável da BTC”.
Por fim, Prado, da Bitget, destaca que uma possível quebra do suporte em US$ 102 mil pode desencadear correções mais intensas, especialmente se o fluxo institucional recuar ou se surgirem novos choques econômicos no horizonte.
“Em resumo, o momento exige vigilância redobrada dos investidores, que devem acompanhar de perto tanto os indicadores técnicos quanto os desdobramentos econômicos”.
Ressalta-se que o mercado de ativos digitais é altamente volátil, e os investidores devem manter uma parcela responsável dos seus investimentos em criptoativos.
Fonte: Money Times