O ramo industrial do Brasil apresentou redução em maio pela primeira vez em 17 meses, impactado pela fragilidade da procura, embora a confiança ainda esteja elevada, conforme a análise Índice de Executivos de Compras (PMI).
Anunciado nesse início de semana, o PMI da indústria brasileira, elaborado pela S&P Global, baixou em maio para 49,4, o patamar mais baixo desde o final de 2023, indicando uma piora nas condições operacionais. Em abril, o índice estava em 50,3. A barreira de 50 separa expansão de contração.
O levantamento indicou que maio observou níveis mais modestos de novos pedidos e de produção em comparação com abril. A diminuição na produção foi a primeira em quatro meses e a mais significativa desde julho de 2023.




Os produtores brasileiros também observaram declínio nos pedidos de exportação em maio, embora menos acentuado do que em abril. Houve especialmente vendas em menor escala para clientes da América do Sul e dos EUA.
Os fabricantes incrementaram suas perspectivas de crescimento em maio e o nível de otimismo foi o mais alto em nove meses, após ter atingido o menor índice em cinco anos em abril.
As companhias acreditam que compras, lançamentos de novos itens, contratações e investimentos em tecnologia vão amparar a produção ao longo dos próximos 12 meses.
Esses fatores, juntamente com os lançamentos planejados de novos produtos, contribuíram para a geração de empregos, que aumentaram pelo 22º mês seguido, na taxa mais vigorosa desde fevereiro.
“Apesar de as empresas estarem mais confiantes, o segmento industrial permanece em uma situação delicada. Se a tendência de demanda fraca persistir, corremos o risco de ver o segmento cada vez mais impactando o desempenho econômico”, alertou a diretora associada de economia da S&P Global Market Intelligence, Pollyanna De Lima.
A competição acirrada e a diminuição do mercado, aliadas à redução das pressões de custo, colaboraram para conter a inflação de produtos industriais em maio, com a taxa de inflação marcando o ritmo mais lento desde março de 2024.
Fonte: Money Times