A crescente rivalidade comercial entre os principais protagonistas econômicos globais ─ Estados Unidos e China ─ pode abrir portas para o Brasil ampliar suas vendas para o exterior, especialmente no ramo agropecuário. Essa visão foi expressa pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária, Luis Rua.
“Não somente soja, mas qualquer outra mercadoria de valor agregado”, afirmou o secretário em sua coletiva de imprensa realizada na terça-feira (22), na qual revisou as iniciativas do ministério para impulsionar as exportações do setor agropecuário nacional.
Indagado sobre as possíveis vantagens decorrentes da escalada de tarifas promovida pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Rua destacou que


“Claro que, com os EUA se retirando desse mercado chinês, o Brasil se coloca como alternativa. É evidente que há outros competidores, mas talvez nem todos possuam a mesma envergadura que o Brasil, que é capaz de suprir [a China]”, comentou Rua, ressaltando que o desfecho para os exportadores dependerá, em última análise, do interesse chinês nos produtos brasileiros.
“Nos dias atuais, diante de tudo o que está ocorrendo, poucas regiões no mundo têm a capacidade de fornecer o que o Brasil oferece com os mesmos predicados. Isso porque o Brasil consegue entregar um produto com padrões elevados de qualidade, competitividade, sustentabilidade e sanidade, sendo livre de todas as enfermidades de notificação obrigatória para qualquer item de origem animal e desfrutando de um status fitossanitário muito favorável”, acrescentou o secretário.
Rua também garantiu que, mesmo com a China e os Estados Unidos ameaçando impor represálias às nações que negociarem individualmente com o oponente comercial, o Brasil continuará “dialogando com todos os países”.
“Temos reiterado que, nesse embate entre duas potências mundiais, nossa função é promover a geopolítica da paz. E é isso que faremos. Seja com os EUA, com a China ou com qualquer outra nação. O Brasil mantém diálogo com todos os países e manterá essa postura. Nossa estratégia permanece inalterada”, concluiu o secretário, ressaltando que ainda é prematuro avaliar o impacto das tarifas adicionais impostas pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros.
Fonte: Agência Brasil