No último sábado (26), o chefe do Executivo de São Paulo, Tarcísio de Freitas, declarou que os encargos que podem chegar a 50% impostos pelos Estados Unidos sobre mercadorias brasileiras têm o potencial de resultar em uma diminuição de até 2,7% no Produto Interno Bruto (PIB) do estado e na supressão de 120 mil postos de trabalho.
“O impacto poderá ser bastante significativo. Isso acarretaria em uma repercussão que varia de 0,3% a 2,7% no PIB, resultando em uma diminuição de 44 mil a 120 mil empregos, e gerando uma redução na massa salarial entre R$ 3 bilhões e R$ 7 bilhões anualmente”, declarou durante a conferência Expert XP 2025, em São Paulo.
Tarcísio descreveu como críticas as ameaças feitas ao setor exportador e mencionou explicitamente companhias como a Embraer e a Caterpillar — empresa com instalações únicas no país —, além de cadeias de produção como a do café e da laranja. “O que me inquieta é que uma empresa global como a Caterpillar possa desativar suas operações aqui para transferi-las para outro local visando suas exportações. Preocupa-me a Embraer, que envia aeronaves executivas e comerciais, e a indústria da laranja.”




Com o intuito de atenuar os efeitos das sobretaxas, o governo estadual divulgou a instituição de uma linha de crédito subsidiado de R$ 200 milhões. O programa Giro Exportador terá taxas de juros a partir de 0,27% mensais + IPCA, com período de até cinco anos e carência de 12 meses. O valor máximo por empresa será de R$ 20 milhões. Adicionalmente, o governador mencionou a possibilidade de liberar créditos de ICMS para exportadores, ainda em fase de avaliação.
De acordo com Tarcísio, também estão ocorrendo negociações com representantes estadunidenses. “Estamos em contato com parlamentares, contrapartes e empresas dos Estados Unidos, bem como indivíduos do governo americano que possam compreender a gravidade do problema.”
Sem mencionar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva diretamente, Tarcísio criticou o que classificou como “explocação política” e alertou para os efeitos da instabilidade interna: “A maior agressão à soberania é a divisão interna. A fragmentação interna enfraquece a nação. Portanto, se não resolvermos os problemas de forma madura e sensata, quem sairá prejudicado será o Brasil.”
Fonte: Money Times