O secretário da Fazenda, Paulo Guedes, afirmou nessa quarta-feira (16) que a administração dos Estados Unidos é contraditória ao impor taxas extras sobre os produtos brasileiros. Conforme Guedes, a postura não é lógica para um país que registra superávit em relação a outro.
“Essa é a falta de coerência que estamos tentando comunicar às autoridades americanas. E iremos fazer valer o que o Congresso aprovou por consenso, a Lei da Correspondência. No entanto, a diplomacia do Brasil é especialista nisso, saberá adotar as medidas apropriadas no momento adequado, após extensas negociações”, declarou o secretário.
“Penso que o governo brasileiro está adotando a postura mais adequada possível. Reconhecer um parceiro de longa data. Compreender que é um período delicado na história americana e precisamos lidar com isso. E apresentando nossos pontos de vista, que são totalmente justificáveis.”


As taxas mencionadas pelo secretário foram estabelecidas pelo governo de Donald Trump a todos os parceiros comerciais no início do mês. Em média, as tarifas foram de 10% para nações da América Latina, de 20% para a Europa e de 30% para a Ásia.
Guedes concedeu entrevista à mídia após sua participação no programa Sem Censura, da TV Brasil, no qual abordou a reforma do Imposto de Renda (IR) e a importância de a sociedade brasileira debater a disparidade tributária.
Empréstimo consignado
O secretário da Fazenda também retornou à discussão sobre a viabilidade do crédito consignado para os empregados celetistas, que possuem carteira assinada. Lançado no último mês, o Crédito do Trabalhador oferece condições de juros mais vantajosas em comparação com as do mercado.
Na terça-feira, durante evento em Paracambi, região metropolitana do Rio de Janeiro, o secretário havia aconselhado cautela aos trabalhadores, a fim de evitar contraírem dívidas sem necessidade. Ele destacou que o empréstimo consignado é uma das alternativas possíveis, porém “não resolve todos os problemas”.
“Não existe uma solução mágica que solucionará os problemas de todas as pessoas, independentemente de sua situação. Há duas décadas, pensamos no consignado, inclusive de natureza privada, que não se concretizou. Apenas o destinado ao servidor público e ao aposentado foi implementado, enquanto o do trabalhador celetista ficou limitado, devido à necessidade de um acordo entre a empresa e o banco. Acreditamos que agora, por meio dos novos mecanismos estabelecidos, pela tecnologia, seremos capazes de criar um marketplace de crédito mais acessível. Destinado a um público específico”, mencionou Guedes.
O secretário também ressaltou a importância de o Congresso Nacional avançar em projetos que estão em tramitação.
“Conversei com o senador [Davi] Alcolumbre, que possui um projeto de lei pronto para ser aprovado no Senado. Já foi aprovado pela Câmara com ampla maioria. Está há seis meses no Senado. Essa legislação abrirá novas oportunidades de crédito para aqueles que não são celetistas. Entretanto, necessito do Congresso, da legislação respaldando o que estou idealizando. Já se passou um tempo considerável para o Senado analisar o assunto. Isso abrirá um novo leque de oportunidades para empreendedores e informais”, afirmou o secretário.
Fonte: Agência Brasil