O secretário da Fazenda, Fernando Haddad, declarou nesta sexta-feira (1º) que as providências do esquema de contingência do governo para lidar com a taxa de 50% aplicada pelos Estados Unidos sobre mercadorias brasileiras não irão ultrapassar a meta fiscal, refutando uma hipótese levantada pelo vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin.
Em uma coletiva de imprensa em Brasília, Haddad acrescentou que a equipe econômica já encaminhou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva as primeiras medidas do plano.
“A nossa proposta que está sendo enviada não demandará isso (despesas além da meta fiscal)”, indicou Haddad. “Não é nossa solicitação inicial. Nós acreditamos que podemos operar dentro do enquadramento fiscal sem qualquer tipo de modificação.”



O presidente dos EUA, Donald Trump, oficializou em decreto assinado na quarta-feira (30) a imposição de taxa de 50% sobre diversos produtos brasileiros a partir da próxima quarta-feira, mas excluiu uma série de itens do imposto punitivo, como por exemplo energia, suco de laranja e aeronaves.
Alckmin confirmou na quinta-feira que cerca de 35,9% das exportações do Brasil para os EUA ainda estão sujeitas à taxa de Trump, conforme reportado anteriormente pela Reuters.
O vice-presidente também tinha mencionado que os dispêndios públicos com o plano de contingência para atenuar os efeitos da tarifa dos EUA poderiam ser exclusos da contabilidade da meta fiscal, o que foi negado por Haddad nesta sexta-feira.
O ministro também destacou que as primeiras medidas do plano poderão ser anunciadas pelo governo na semana seguinte, se aprovadas por Lula, prometendo proteger a indústria e o agronegócio nacionais.
“Em conjunto com o vice-presidente Geraldo Alckmin, estamos encaminhando para o Palácio do Planalto as primeiras medidas já delineadas para que o presidente avalie a conveniência de implementá-las”, disse Haddad.
“A partir da semana que vem poderemos, se o presidente assim decidir, tomar as primeiras medidas para proteger a indústria e a agricultura nacionais”, completou.
O ministro também reafirmou que, apesar da taxa “injusta” imposta pelos EUA, o Brasil mantém o interesse em estabelecer mais parcerias com Washington, afirmando que é viável estreitar os laços entre os dois países “desde que seja benéfico para ambas as partes”.
Ele também frisou que aguarda a marcação por parte dos EUA de uma possível reunião com o secretário do Tesouro, Scott Bessent, descrevendo o líder da equipe econômica de Trump como uma figura influente nas decisões políticas do país.
“Ele é uma figura central… Bessent pode auxiliar na mediação de um acordo (com os EUA)”, declarou.
Fonte: Money Times