O governo do Brasil aguarda ser isentado do aumento de tarifas anunciado pelo presidente norte-americano, Donald Trump, previsto para ser revelado hoje (2). O secretário da Economia, Fernando Haddad, comunicou que será surpreendente se o Brasil for alvo algum tipo de represália comercial.
“Os EUA mantêm uma posição muito cômoda com relação ao Brasil, em parte por ser superavitário tanto em bens quanto em serviços”, declarou Haddad, enquanto estava em viagem a Paris, ontem (1º).
O intercâmbio comercial beneficia os EUA, uma vez que o Brasil importa mais do que exporta para o país norte-americano. Por essa razão, Haddad argumenta que não haveria razões para taxar os produtos brasileiros.



“Causaria inclusive certo espanto caso o Brasil fosse alvo de alguma represália sem justificativa, visto que estamos sempre engajados em negociações com o intuito de fortalecer ainda mais nossa cooperação com aquele país”, acrescentou o secretário da Economia.
Às vésperas do anúncio do novo aumento de tarifas prometido por Trump, um relatório de um órgão vinculado ao governo norte-americano criticou o modelo de tarifas imposto pelo Brasil em suas importações nos setores de etanol, filmes, bebidas alcoólicas, máquinas, equipamentos, carne suína, entre outros.
Nessa conjuntura, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou por unanimidade, ontem, um projeto de lei sobre reciprocidade comercial, permitindo ao governo tomar medidas de retaliação contra políticas comerciais unilaterais que prejudiquem a competitividade das exportações brasileiras. O texto agora seguirá para avaliação da Câmara dos Deputados.
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