O Comitê de Política Monetária – Copom manteve a taxa Selic inalterada em 15% ao ano durante sua última reunião na quarta-feira (30). Enquanto isso, o foco do mercado nesta semana se voltou para a escalada das tensões comerciais entre Brasil e Estados Unidos.
Felipe Miranda, CIO e principal estrategista da Empiricus Research, participou do Giro do Mercado Especial do Copom, um programa da Money Times, para analisar esses dois temas e suas possíveis repercussões futuras.
Clique no vídeo a seguir para conferir o episódio completo:



A seguir, destacamos os principais pontos abordados por Felipe Miranda durante sua participação no programa.
No dia do Copom, destaque para as tarifas de Donald Trump
Miranda ressaltou que a decisão de manter a taxa básica de juros já era amplamente prevista. “O Copom se comprometeu anteriormente a manter os juros elevados por um longo período”, afirmou.
Pequenas nuances foram observadas no comunicado do Banco Central, que enfatizou o aumento da incerteza global devido aos conflitos comerciais.
As atenções se voltaram para as novidades sobre as disputas entre EUA e Brasil durante a Super Quarta, com destaque para as tarifas anunciadas por Donald Trump. Embora tenha confirmado um imposto de 50% sobre as importações brasileiras, o presidente americano isentou uma extensa lista de produtos. Além disso, o início da aplicação das taxas foi adiado em uma semana, para a próxima quarta-feira (6)
Segundo Miranda, a situação evoluiu de forma melhor do que o esperado. “As tarifas entrarão em vigor em sete dias, deixando espaço para negociações. Além disso, a lista de produtos isentos é extensa. Com todas essas exceções, o impacto será minimizado. De forma relevante, apenas carne e café não foram isentos”, avaliou o especialista.
O mercado parece concordar com a análise do estrategista-chefe da Empiricus: no momento do anúncio de Trump, por volta das 15h da última quarta-feira (30), o Ibovespa saiu do território negativo e encerrou o dia com alta de 0,95%.
“Parece ser mais uma medida para punir indivíduos, como a Lei Magnitsky em relação ao Alexandre de Moraes. Assim, os EUA continuam alegando a imposição de uma taxa de 50% ao Brasil, mas isentam uma série de produtos”, completou.
Estratégias para investimentos em um cenário de ‘tarifaço’ e taxa Selic em 15%
Miranda lembrou que várias ações sofreram impacto significativo com as tarifas, embora não devam ser excessivamente prejudicadas por elas.
“Muitas ações caíram 10%, 15%, abrindo oportunidades. Empresas brasileiras de destaque, como BTG Pactual [BPAC11], Equatorial [EQTL3], Itaú [ITUB4] e Suzano [SUZB3] foram mais afetadas do que o esperado”, disse o analista.
“É essencial que o investidor seja seletivo, esteja ciente da volatilidade e incerteza presentes, e adote uma perspectiva de longo prazo”, complementou.
Além disso, a manutenção da taxa Selic em 15% ao ano representa uma oportunidade para os investidores, segundo Miranda. “É um valor significativo que pode proporcionar ganhos ao longo do tempo de forma bastante atrativa”.
Expectativas para as próximas reuniões do Copom em 2025
Diante da incerteza relacionada às tarifas, o Copom adotou um tom cauteloso em seu comunicado. Miranda acredita que o comitê indicou que as próximas duas reuniões, em setembro e novembro, seguirão a mesma linha da última.
Apesar disso, as perspectivas em relação à inflação, tanto nos EUA quanto no Brasil, estão mais positivas. Isso pode levar o Fed a reduzir os juros em breve e abrir caminho para a mesma perspectiva no Brasil, que ainda enfrenta outras questões a resolver.
“Uma das condições para o Banco Central brasileiro reduzir os juros é que o Fed o faça primeiro, mas isso por si só não é suficiente. Precisamos ver a expectativa de inflação convergir, a atividade econômica desacelerar e a taxa de câmbio se manter estável. No entanto, acredito que isso seja possível”, afirmou Miranda.
O analista lembrou que, apesar das indicações mais rígidas do BC sobre a taxa Selic, a autoridade monetária pode decidir reduzi-la antes do previsto.
“O Copom sinaliza que só cortará a taxa Selic no próximo ano. No entanto, as circunstâncias são dinâmicas. Historicamente, o comitê adota uma postura mais dovish. Mesmo com a inflação acima da meta, acredito que podemos assistir a um corte de juros no final deste ano. Mas isso dependerá da evolução dos dados até lá”, concluiu.
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Fonte: Money Times