O fundo de investimento imobiliário RBR Properties (RBRP11), especializado em empreendimentos comerciais para aluguel, pode ter seus lucros distribuídos sob pressão, conforme André Oliveira, analista CNPI-P do BB Investimentos.
Com quase R$ 1 bilhão em valor dos bens, o FII pode enfrentar desafios operacionais, especialmente devido à falta de ocupação e à diminuição das receitas não regulares provenientes da venda de propriedades.
Em análise divulgada, o BB Investimentos ressalta que o RBRP11 tem sido reconhecido por sua gestão dinâmica, que, com o passar dos anos, realizou reestruturações de imóveis, possibilitando ganhos financeiros e reorganização estratégica.




Outro aspecto favorável é a variedade da carteira de propriedades, composta por espaços corporativos localizados no coração do Rio de Janeiro e em áreas nobres de São Paulo, como Vila Olímpia, Avenida Paulista e Faria Lima.
O relatório destaca o Edifício River One, situado na Marginal Pinheiros, que representa 46% do patrimônio do fundo e, embora tenha sido comprado, em 2020, ainda em fase de construção, enfrenta desafios de locação que afetam diretamente os resultados do FII.
Conforme a gestão, março terminou com 82% dos espaços ocupados no River One, onde atualmente há uma laje desocupada e duas parcialmente vagas.
Além das sedes corporativas, o fundo de investimento imobiliário tem participação indireta em cinco armazéns logísticos por meio de RBRL11, concentrando-se na área de São Paulo e arredores, buscando ampliar sua exposição ao setor de logística, que segue com alta demanda no mercado.
Quanto à estratégia de longo prazo, o RBRP11 está desenvolvendo um projeto na região da Faria Lima, com custos atrativos e potencial de valorização futura, segundo o BB.
Ocupação e impacto nos lucros distribuídos
A taxa de ocupação total do RBRP11 reduziu substancialmente desde fevereiro de 2024, passando de 17% para 4%. No entanto, o fundo recebeu recentemente uma solicitação de término antecipado no Edifício Delta e encerrou um contrato de aluguel no River One devido a inadimplência, o que pode desacelerar o ritmo de recuperação, de acordo com André Oliveira.
Apesar de possuir ativos de qualidade, a diminuição das receitas extraordinárias e as dificuldades de locação em certas propriedades, especialmente no River One, aumentam a incerteza sobre a geração de recursos e o pagamento de lucros distribuídos, afirma o relatório do BB.
Segundo análise do banco, embora o fundo deva se beneficiar com o término de períodos de carência ao longo deste ano, o cenário atual mantém uma “perspectiva neutra” para os próximos meses.
De acordo com a previsão do próprio FII, mesmo com o impacto da atividade comercial no River One, os lucros distribuídos no 1º semestre de 2025 devem variar entre R$ 0,38 e R$ 0,42 por cota, o que equivale a um rendimento de dividendo aproximado de 10,9% ao ano, com base no valor de mercado atual.
Fonte: Money Times