A Confederação Nacional da Indústria (CNI) estima um aumento de 2,3% para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, que compreende a totalidade dos produtos e serviços gerados no território nacional. A previsão é menor do que a elevação de 2,4% planejada no encerramento do ano passado, para este ano.
“Diminuímos um pouco a projeção de desenvolvimento do país para este ano, porque a desaceleração da economia está ocorrendo de maneira mais intensa do que a CNI antecipava, e porque o Banco Central indica que pretende elevar ainda mais a taxa Selic”, analisa o diretor de Economia da CNI, Mário Sérgio Telles.
A CNI ressalta que, se confirmada, a evolução do PIB será a menor em cinco anos e representará uma redução de 1,1 ponto percentual em relação ao crescimento da economia brasileira em 2024 (3,4%).



Conforme a estimativa da confederação, o PIB da indústria, por exemplo, deverá expandir em 2% e do setor de serviços, 1,8%. Ambos segmentos terão, caso a expectativa se confirme, decréscimo em suas taxas de crescimento, tendo em vista que, em 2024, registraram altas de 3,3% e 3,7%, respectivamente.
“A economia brasileira evidencia sinais claros de desaceleração, visíveis desde o último trimestre de 2024. O PIB, no trimestre anterior do ano passado, cresceu apenas 0,2%, um aumento muito inferior aos observados nos demais trimestres. Há um arrefecimento generalizado da economia”, esclarece Telles.
A CNI antecipa um ritmo de crescimento menor da demanda, acarretando impactos tanto na indústria quanto nos serviços.
A indústria de transformação deve expandir 1,9% este ano, conforme a CNI, a metade dos 3,8% de 2024. A construção também terá redução no ritmo de crescimento, passando de 4,3% em 2024 para 2,2% neste ano.
Por outro lado, espera-se um desempenho mais promissor para a indústria extrativa neste ano, com um aumento previsto de 1%, acima do 0,5% do ano passado. O mesmo cenário é esperado para a agropecuária, que tem crescimento estimado em 5,5% neste ano, um desempenho bem superior ao do ano passado, quando o setor registrou queda de 3,2%.
A previsão da CNI é que a taxa de juros real finalize 2025 em 9,8% ao ano, acima dos 7% de 2024. Também é previsto um crescimento real de 6,5% das concessões totais de crédito, abaixo dos 10,6% apurados no ano passado.
As despesas do governo devem encerrar o ano com crescimento real de 2%, de acordo com projeções da CNI, também abaixo do observado em 2024 (3,7%). O consumo das famílias deverá aumentar em 2,2%, menos da metade do registrado no ano passado (4,8%).
Ainda são aguardadas expansões menos robustas do que no ano passado do contingente de pessoas ocupadas no mercado de trabalho (de 2,8% em 2024 para 0,5% neste ano) e da massa salarial (de 7,6% em 2024 para 4,8% neste ano).
Projetam-se reduções no ritmo de crescimento dos investimentos no país (de 7,3% em 2024 para uma projeção de 2,8% neste ano) e da demanda externa. O ambiente externo, segundo a CNI, sentirá os impactos da nova estratégia comercial dos Estados Unidos.
Fonte: Agência Brasil