Um ataque cibernético à C&M Software resultou em um prejuízo de grandes proporções e abalou a estrutura financeira do Brasil no início de ontem (2). Segundo informações divulgadas pelo portal Cointelegraph, os invasores teriam transformado uma parte do dinheiro roubado em moedas digitais.
No Panorama do Mercado desta quinta-feira (3), a profissional de imprensa Paula Comassetto entrevistou Renan Sousa, redator do , para analisar os detalhes do ocorrido e como isso impactou o setor de ativos digitais.
O redator explicou que a C&M Software é uma empresa que fornece serviços de natureza bancária (bank as a service, ou BaaS) relacionados à tecnologia para organizações que disponibilizam contas internacionais e não possuem infraestrutura própria de conexão.




De acordo com Sousa, há diversas informações contraditórias até o momento. O montante perdido foi avaliado em R$ 1 bilhão, mas algumas fontes apontam R$ 3 bilhões. O Banco Central (BC) e as entidades financeiras envolvidas têm evitado comentar sobre o incidente.
“Os criminosos transformaram o dinheiro em bitcoin (BTC) e USDT (USDT), que é uma criptomoeda lastreada no dólar digital. Após a operação, plataformas que movimentam aproximadamente R$ 10 milhões mensalmente, identificaram um aumento para R$ 18 milhões em uma única noite”, explicou.
O redator ressalta que diversas plataformas possuem mecanismos de segurança para bloquear transações de grande volume e boa parte das transações pôde ser impedida. No entanto, transações em ativos digitais são atrativas para indivíduos mal-intencionados por serem teoricamente sigilosas.
“Muitas pessoas acreditam que as transações na blockchain são sigilosas, sem revelar o destinatário da transferência. Contudo, na realidade, elas são parcialmente sigilosas, deixando pistas que podem ser rastreadas por investigações”, afirmou Sousa.
A situação é considerada grave e Sousa observa que o problema está sendo tratado com seriedade pelo BC e pelas autoridades. As plataformas regulamentadas não devem ser impactadas, pois já estão em conformidade com os requisitos de segurança.
No entanto, empresas que operam sem regulamentação podem ser obrigadas a seguir novos padrões de segurança. “É necessário dispor de mecanismos cada vez mais avançados para acompanhar o ritmo de um mercado em constante evolução”, ressaltou.
No mercado financeiro, o Ibovespa (IBOV) registra mais um dia de alta e alcançou um novo pico intradia, ultrapassando os 141 mil pontos. O clima favorável reflete a performance positiva de Wall Street que opera em níveis recordes e o bom momento para as empresas mineradoras.
Por volta das 13h50, o principal índice da bolsa brasileira estava subindo 1,4%.
O programa também discutiu outros aspectos regulatórios do mercado digital no Brasil e nos Estados Unidos, além do desempenho dos mercados. Para acompanhar o Panorama do Mercado na íntegra, acesse o canal do Money Times no YouTube.
Fonte: Money Times