Recentemente, o Safra Bank reduziu sua projeção para as ações da Cosan para R$ 15 em 2025, com potencial de valorização de 95%.
No dia 27 de março, o valor das ações CSAN3 subiu 0,52%, atingindo R$ 7,75.
A instituição financeira atualizou o desconto de participação de 20% para 29% considerando o aumento percebido no risco devido às altas taxas de juros e a dívida crescente da companhia.



O analista Conrago Vegner reitera a recomendação de “compra” para as ações, destacando a qualidade superior dos ativos em questão, incluindo alguns não listados e acessíveis apenas através da posse de ações da Cosan.
Vegner menciona ainda que a gestão atuou nos últimos trimestres para melhorar o perfil da dívida, alongando os vencimentos para 6,1 anos em dezembro de 2024, sem dívidas vencendo antes de 2028.
O analista também observou a venda da participação na Vale por R$ 9 bilhões, destinando os recursos para redução da dívida, além da recuperação gradual da Raízen, que promete resultados a longo prazo, embora as taxas ainda tenham impacto negativo.
Em 2024, os pagamentos de juros e dividendos preferenciais totalizaram R$ 3,839 bilhões, representando cerca de 89% dos dividendos recebidos no ano.
O Safra estima que a dívida líquida da Cosan (excluindo subsidiárias) caia de R$ 23,5 bilhões no final de 2024, mantendo-se em R$ 15,1 bilhões até o final de 2025 e 2026 – sem considerar a obrigação de recompra de R$ 8,5 bilhões em ações preferenciais.
CSAN3: Redução da Alavancagem e Taxas de Juros
De acordo com o Safra, a desalavancagem mais lenta do que o previsto é atribuída principalmente aos custos mais elevados de serviço da dívida decorrentes da taxa Selic elevada e à ausência de dividendos da Raízen, pelo menos para este e os próximos dois anos.
Não é surpresa que o Banco Central tenha elevado a taxa Selic em 1 ponto percentual na última reunião do Copom, chegando a 14,25%. Espera-se ao menos mais um aumento, porém de menor magnitude.
O Safra destaca a urgência de desalavancagem da Cosan diante do cenário de taxas de juros mais altas, projetando uma Selic de 15,0% e 12,5% no final de 2025 e 2026, respectivamente. A equipe de pesquisa do banco prevê taxas de 13,75% e 11% ao final dos mesmos anos.
A redução mais rápida das taxas seria benéfica para os custos de serviço da dívida e, consequentemente, para as ações da Cosan, segundo o Safra.
O banco ressalta que eventos de liquidez dependem do contexto de mercado, destacando as possibilidades relacionadas à listagem de empresas privadas como um potencial impulsionador para acelerar a desalavancagem e reduzir o desconto de participação.
No entanto, o Safra alerta que as taxas de juros elevadas por períodos prolongados podem limitar a atratividade de novas ofertas públicas iniciais, enquanto as colocações privadas permanecem como alternativa viável.
Os principais riscos identificados para as empresas do portfólio e para a holding incluem taxas de juros superiores às expectativas, resultando em desalavancagem mais lenta e menor distribuição de dividendos aos acionistas, bem como diluição da participação da Cosan nas empresas investidas.
Fonte: Crypto Money