A Agremiação Brasileira das Organizações Fechadas de Aposentadoria Complementar (Abrapp) estabeleceu uma meta desafiadora para os próximos 10 anos. Conforme Devanir Silva, líder principal da associação, a fortuna (R$ 1,3 trilhão) do segmento equivale atualmente a 12% do Produto Nacional Bruto (PNB) do Brasil e almeja atingir 100% do PNB nesse intervalo de tempo.
“Este é o plano da Abrapp para os próximos 10 anos”, expressou Silva, durante uma conversa com o Broadcast Investimentos no 14º Seminário Gestão de Investimentos dos Fundos de Pensão, em São Paulo.
“Nossa iniciativa hoje é uma maneira de redescobrir essa aposentadoria para a sociedade. Integrar novos colaboradores. Existe margem para isso. No momento contamos com um grupo de 4 mil organizações, porém no Brasil existem 5 milhões de empresas”, citou Silva.



Programa ‘micropensões’
Uma parcela mínima desse grandioso projeto da Abrapp deverá ser implementada por meio de um produto direcionado aos operários de aplicativos, denominado de Microaposentadorias.
“Planejamos iniciar um teste conceitual com o Ifood até o fim deste ano. E também vamos alcançar o Uber. Entre Ifood e Uber, há uma população de 2,1 milhões de indivíduos”, comunicou Silva.
O produto que será disponibilizado a esses profissionais, considerado um esquema mais simples, já está presente na indústria de aposentadoria, conforme Silva, que ainda ressalta que as organizações terão a responsabilidade de disponibilizar o plano, porém o colaborador não será obrigado a aceitá-lo. “É um direito dele, não vamos impor a ninguém compulsoriamente”, explicou.
Um dos enfoques da Abrapp para obter adesão ao produto será investir em uma divulgação efetiva. Silva argumenta que é crucial se comunicar adequadamente com esse público e com os jovens, algo que a Abrapp não realizava anteriormente.
Silva menciona que o Ifood tem interesse em contribuir financeiramente com o projeto. “No Ifood, são 360 mil indivíduos. No Uber, mais 1,5 milhão de pessoas. A ideia é esclarecer que o plano pertencerá ao colaborador, no CPF dele. O Ifood, Uber ou qualquer empresa de aplicativo em que ele trabalhe, apenas investirá o dinheiro dele no plano”, detalhou Silva.
Para exemplificar o funcionamento, Silva descreve que, ao realizar uma corrida de R$ 15, a corporação de aplicativos retira R$ 5 e investe diretamente no plano de investimento. “É como se fosse um pagamento adiado”, comentou.
Outro aspecto destacado por Silva e que promete ser um atrativo para o planejamento do trabalhador é um produto já existente chamado “Previamente Idealizado”.
“Esse ‘Previamente Idealizado’ é um produto pelo qual, após o quinto ano de acumulação, é possível resgatar uma parte dos fundos, como uma renda vitalícia. Se o colaborador quiser trocar sua motocicleta, por exemplo, ou pretender fazer um curso e necessitar de três anos de uma renda previamente determinada, ele conseguirá realizar isso. No décimo ano, a mesma ideia”, elucidou Silva, relembrando que isso será permitido a cada cinco anos a partir da adesão ao plano.
Fonte: Money Times