O BC elevou sua estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2025 de 1,9% para 2,1%, demonstra o Relatório de Política Monetária (RPM) publicado hoje.
A alteração refletiu a surpresa “um pouco positiva” no desfecho do primeiro trimestre e nova melhoria na visão da produção agrícola no ano.
Adicionalmente, a projeção considera o aquecimento acima do planejado do mercado de trabalho no início do segundo trimestre e algum efeito das mudanças no crédito consignado para funcionários do setor privado sobre o consumo e o PIB.


A instituição destaca, por outro lado, que a previsão de um crescimento menor da economia global contribui para um menor crescimento interno. “Apesar da elevação na projeção de expansão do PIB em 2025, prevê-se ainda uma desaceleração da atividade econômica ao longo do trimestre atual e do segundo semestre”, menciona.
A desaceleração esperada decorre da manutenção de uma política monetária rígida, da reduzida capacidade ociosa dos fatores de produção, da previsão de moderação do crescimento global e da diminuição do impulso do setor agropecuário observado no primeiro trimestre.
A previsão do BC é menos otimista do que a do MF — que antecipa crescimento de 2,4% para o PIB este ano. A expectativa, inclusive, está abaixo da do mercado, que estima um incremento de 2,21% em 2025, de acordo com o Boletim Focus.
Inflação e Selic
O BC salientou que as estimativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2025 e 2026 tiveram uma diminuição leve, embora as projeções de mercado para prazos mais extensos continuem fora da meta e sem indícios de melhora.
Segundo a instituição, os preços dos últimos três meses foram impulsionados por uma atividade econômica mais robusta do que o previsto. Por outro lado, a valorização do real e a redução dos valores do petróleo atuaram como forças desinflacionárias.
O texto indica que a probabilidade de a inflação ultrapassar o limite máximo da meta neste ano é de 68%, um pouco menos do que os 70% previstos em março. Para 2026, a estimativa caiu de 28% para 26%.
No que se refere à política monetária, o BC reiterou a indicação da ata do Copom, apontando para a antecipação de uma interrupção no ciclo de aumento da Selic. O propósito é avaliar os efeitos do aperto já implementado e verificar se manter a taxa básica em 15% ao ano, por um período prolongado, será suficiente para recolocar a inflação na meta.
Fonte: Money Times