A fabricação de carne de boi do país diminuiu 1,9% no início do ano em comparação com o último trimestre, atingindo 2,486 milhões de toneladas, apesar do aumento no número de animais abatidos, conforme informações divulgadas hoje pelo Instituto Nacional de Estatística e Geografia do Brasil (IBGE).
O acréscimo na quantidade de abates foi resultado de um expressivo aumento de fêmeas abatidas, as quais são mais leves que os machos, resultando em menos peso na produção de carne. Por outro lado, a quantidade de bois disponibilizados para os matadouros diminuiu.
A especialista do IBGE encarregada pelas investigações trimestrais da pecuária, Ângela Lordão, mencionou que o aumento na oferta de fêmeas no primeiro semestre é um fenômeno sazonal esperado.


“Tradicionalmente, após o período de reprodução, as fêmeas não reprodutivas, com problemas de gestação, idade avançada ou baixa produtividade, são selecionadas e encaminhadas para o abate, elevando a proporção dessa categoria na oferta durante o primeiro semestre”, explicou ela.
Os abates
O total de abates de machos e fêmeas atingiu 9,87 milhões de cabeças, o maior número já registrado para um início de ano e um aumento de 1,9% em relação ao último trimestre, conforme detalhou o IBGE. Contudo, quase metade do total abatido consistiu de vacas e novilhas.
Comparado com o início do ano anterior, o aumento nos abates foi de 4,6%, com a produção de carne aumentando 2,2 nessa mesma comparação.
No primeiro trimestre, o peso médio das carcaças de bovinos foi de 251,86 kg, registrando uma redução de 2,3% em relação ao trimestre correspondente de 2024, e uma diminuição de 3,7% em relação aos três meses imediatamente anteriores.
Isso se deve ao aumento de 23,1% nos abates de vacas em relação ao último trimestre e 8,7% na comparação anual. Por outro lado, os abates de bois tiveram uma diminuição de 14,5% e 1,7% nas mesmas comparações.
Quanto aos machos, nota-se uma diminuição na disponibilidade de animais prontos para o abate neste início de ano, se comparado com o trimestre anterior, apontou Lordão.
“Essa situação é comum, já que o último trimestre é marcado pela liberação dos confinamentos, resultando em um maior volume de bois abatidos e, consequentemente, uma menor disponibilidade imediata no período seguinte”, destacou ela.
Para dar conta dos números, a analista também mencionou, além dos fatores sazonais, a diminuição no número de matrizes em produção, com um elevado número de fêmeas abatidas nos últimos anos, resultando em menos nascimentos de bezerros e, por consenso, uma menor disponibilidade de animais para o abate com o passar do tempo.
Frangos e suínos
O abate de suínos no primeiro trimestre aumentou 1,6% em relação ao mesmo período de 2024, mas apresentou uma queda de 0,8% em comparação com o último trimestre de 2024, segundo o IBGE.
“Esse desempenho no abate de suínos teve o melhor mês de janeiro, significando o melhor primeiro trimestre desde que os registros começaram em 1997”, ressaltou o IBGE.
Já o abate de frangos teve um aumento de 2,3% em relação ao mesmo período de 2024 e um acréscimo de 1% comparado com o último trimestre de 2024, impulsionado pelos resultados dos “melhores meses de janeiro e fevereiro desde o início dos registros em 1997”.
Fonte: Money Times