O Sindicato dos Trabalhadores do Setor Petrolífero do Norte Fluminense (Sindipetro-NF) comunicou hoje que dez indivíduos ainda estão machucados, devido aoincidente que ocorreu na plataforma PCH-1 (Cherne 1), na Bacia de Campos, a aproximadamente 130 quilômetros da costa de Macaé, no Rio de Janeiro. Um deles está em estado sério, por ter sofrido queimaduras mais graves nas costas.
O líder do sindicato, Sérgio Borges Cordeiro, esclarece que 176 funcionários estavam a bordo da plataforma na manhã de segunda-feira (21), quando houve o incidente. Trinta e duas pessoas saíram, 14 tiveram queimaduras. As outras precisaram de assistência por terem inalado fumaça.
O último comunicado médico, de acordo com ele, afirmou que todos estão fora de perigo, inclusive o trabalhador em condição mais grave.




“As primeiras informações dos funcionários indicam que alguns estavam se preparando para deixar a plataforma quando ocorreu a explosão. Eles ficaram encurralados, cercados pelo fogo, e ao sair do local, acabaram se ferindo”, afirmou o líder à reportagem da Agência Brasil.
“Eles suspeitam que o fogo começou no segundo ou terceiro andar, pelo som da explosão e direção do fogo. Mas não conseguem fornecer um relato muito detalhado, porque não havia ninguém muito perto. O que se sabe é que o incidente se espalhou muito rapidamente e atingiu as áreas de convivência imediatamente, onde os funcionários ficam, nos quartos e espaços de socialização”, acrescenta.
O sindicato alerta que as condições das plataformas na Bacia de Campos estão em estado precário.
“Muitas plataformas apresentam equipamentos enferrujados e pontes fechadas. A plataforma PCH-1 estava muito deteriorada. Embora não estivesse produzindo, ainda servia como ponto de transferência de gás. Ela recebia gás de outras unidades e o transferia”, disse Sérgio.
“Há falta de manutenção e investimento em infraestrutura. O Sindipetro-NF tem denunciado essa precarização ao longo dos últimos anos, uma prática do governo anterior com a intenção de privatizar posteriormente”, complementa.
Em comunicado divulgado na terça-feira, a empresa informou que as pessoas que permaneceram na plataforma estão seguras e que “será constituída uma equipe para investigar as causas do incidente”. A empresa foi contatada pela equipe da Agência Brasil nesta terça-feira, mas ainda não forneceu atualizações sobre o acidente.
Em nota, a Federação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Petrolífero (FUP) exigiu da Petrobras “medidas imediatas para assegurar a segurança dos funcionários, a investigação minuciosa do ocorrido e a implementação urgente de políticas que priorizem a vida, a segurança e a responsabilidade com o patrimônio público e ambiental”.
A plataforma é gerida pela Petrobras. Em comunicado enviado na tarde de hoje, a empresa informou que as pessoas que permaneceram na plataforma estão sãs e salvas.
Também informou que “8 trabalhadores ainda estão em observação com quadro de saúde estável, sem gravidade. Os demais já tiveram alta. O sistema de detecção de fogo e gás funcionou corretamente com o acionamento das válvulas de bloqueio do gás em menos de um minuto. O sistema de dilúvio operou e a equipe de combate a incêndios foi acionada, controlando os focos de incêndio presentes. Essa unidade não realiza a descarga de gás. O gás recebido na PCH1 destina-se apenas à geração de energia elétrica, atualmente suprida por geradores a diesel, garantindo a segurança e habitabilidade da unidade”.
De acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), as operações de exploração e produção de petróleo no país registraram 731 incidentes apenas no ano passado.
* Matéria modificada às 16h41min. para inclusão de informação.
Fonte: Agência Brasil